São considerados como os pretos velhos e erês
os grandes mentores espirituais da Umbanda, foram eles que junto com os
Catimbozeiros, decodificaram e organizaram a Umbanda. Hoje dentro de Umbanda o termo ”Caboclo"
designa tal importância a ponto de ser sinônimo de entidades que nela trabalham.
"Dentro de Umbanda não se faz Orixás e
sim Caboclos! ”.
Essa expressão é por muita desconhecida
e confusa, primeiramente o termo "Caboclo" antes de designar índio,
ou mesmo Caboclos, tem dentro de Umbanda o significado de espírito que trabalha e
que dentro da religião vem sob as ordens de algum orixá.
O termo "Caboclo" para muitos
significa Capangueiro ou Falangeiros até mesmo Cafangueiros, ordenança ou
representantes dos Orixás na Terra. No começo de tudo, onde os Exus, Pretos Velhos,
Catimbozeiros e Caboclos (índios) organizaram e decodificaram a religião
Umbandista, a presença dos Caboclos era muito mais marcante do que a presença
dos Velhos ou dos Catimbozeiros. Os cultos eram liderados por grandes Mestres
Espirituais que usavam a Pajelança e o Catimbó, espécie de culto muito
difundido até hoje no Nordeste que trabalha com as almas dos mortos e com uma
simbologia toda própria extraída da fumaça dos cachimbos. Tal culto se baseava
e tinha como centro energético um tronco de uma árvore chamado
"Jurema". Aí começa a confusão e ao mesmo tempo toda a base para o
entendimento. Vale lembrar que "jurema" é uma árvore que ainda hoje
existe nas terras do Norte. O termo Catimbó muitas das vezes era substituído
pelo termo "Jurema", em vez de se dizer "Vamos cultuar o
Catimbó" era dito "vamos cultuar a Jurema". Com a propagação da
Cabocla Jurema (grande espírito dentro de Umbanda), começou-se a ligar as
entidades Caboclas aos Eguns (espíritos já mortos e que hoje trabalham na
Umbanda). O termo Caboclo então se difundiu como espírito que hoje trabalha em
Umbanda.
Vale lembrar, que a maioria das
entidades que trabalham em Umbanda foram realmente Caboclos e Caboclas
(Caboclos de Oxossi, Caboclos de Xangô, Caboclos de Ogum, Caboclas de Oxum,
Caboclas de Yansã etc.). Daí a explicação para o termo "Umbanda não
faz Orixá, Umbanda faz Caboclo".
O Ogum que hoje incorpora em Umbanda, nada mais é do que o Caboclo,
que viveu dentro de guerras e que tinha uma grande ligação ao Deus (Orixá) do
ferro o Senhor Ogum. Hoje não existe Umbanda sem a força e a sapiência dos
grandes Caboclos.
Seus gritos de guerra, suas vestimentas, sua
língua ainda viva e seus charutos fazem da Umbanda realmente uma das mais
lindas Religiões Espiritualistas que existem, dentre os Caboclos mais
conhecidos podemos citar o Caboclo Roxo (faço aqui a minha homenagem ao meu pai
Caboclo Roxo, do qual hoje tenho orgulho de ter sido confirmado e feito por
ele, sendo hoje seu aparelho e meu Pai Caboclo Barão de Goré e Seu
Jatapequara), Caboclos Tupi, Caboclo Mata Virgem, Caboclo Folha Seca, Caboclo
Tabajara, Caboclo Ubirajara, Caboclo Arranca Toco, Caboclo Pena Branca entre
outros.
As Caboclas mais conhecidas são a Cabocla
Jurema, Cabocla Brava e Dona Mariana, Cabocla Jupira e Cabocla Jandira (irmãs e
filhas do Caboclo Tupinambá), Cabocla Jacira, Cabocla Tanara, Cabocla
Jandaia entre outras. O que importa e a força e a luz que os Caboclos trazem em
seus trabalhos, e que representam com magnitude os Orixás de Umbanda. Que todos
os Orixás em especial o Senhor Ogum Guerreiro estejam presentes sempre em
nossas vidas.
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