quinta-feira, 24 de novembro de 2011


O Senhor Ogum, o Guerreiro de Umbanda

Ogum é o arquétipo do guerreiro.
Bastante cultuado no Brasil, especialmente por ser associado à luta, à conquista, é a figura do astral que, depois de Exu, está mais próxima dos seres humanos.
Foi uma das primeiras figuras do candomblé incorporada por outros cultos, notadamente pela Umbanda, onde é muito popular.
Tem sincretismo com São Jorge ou com Santo Antônio, tradicionais guerreiros dos mitos católicos, também lutadores, destemidos e cheios de iniciativa.
             A relação de Ogum com os militares tanto vem do sincretismo realizado com São Jorge, sempre associado às forças armadas, como da sua figura de comandante supremo yoruba.
Dizem as lendas que se alguém, em meio a uma batalha, repetir determinadas palavras (que são do conhecimento apenas dos iniciados), Ogum aparece imediatamente em socorro daquele que o evocou.
Porém, elas (as palavras) não podem ser usadas em outras circunstâncias, pois, tendo excitado a fúria por sangue do Orixá, detonaram um processo violento e incontrolável; se não encontrar inimigos diante de si após te sido evocado, Ogum se lançará imediatamente contra quem o chamou.
Ogum não era, segundo as lendas, figura que se preocupasse com a administração do reino de seu Pai, *Odudua; ele não gostava de ficar quieto no palácio, dava voltas sem conseguir ficar parado, arrumava romances com todas as moças da região e brigas com seus namorados.
 Não se interessava pelo exercício do poder já conquistado, por que fosse a independência a ele garantida nessa função pelo próprio pai, mas sim pela luta.
Ogum, portanto, é aquele que gosta de iniciar as conquistas, mas não sente prazer em descansar sobre os resultados delas, ao mesmo tempo é figura imparcial, com a capacidade de calmamente exercer (executar) a justiça ditada por Xangô.
É muito mais paixão do que razão: aos amigos, tudo, inclusive o doloroso perdão: aos inimigos, a cólera mais implacável, a sanha destruidora mais forte.
Assim, Ogum não é apenas o que abre as picadas na matas e derrota os exércitos inimigos; é também aquele que abre os caminhos para a implantação de uma estrada de ferro, instala uma fábrica numa área não industrializada, promove o desenvolvimento de um novo meio de transporte, luta não só contra o homem, mas também contra o desconhecido.
É, pois, o símbolo do trabalho, da atividade criadora do homem sobre a natureza, da produção e da expansão, da busca de novas fronteiras, de esmagamento de qualquer força que se oponha à sua própria expansão.
Tem, junto com Exu, posição de destaque logo no início de um ritual.
Tal como Exu, Ogum também gosta de vir à frente.
A força de Ogum está tanto na coragem de se lançar à luta como na objetividade que o domina nesses momentos (e o abandona nos momentos de prazer e gozo).
É fácil nesse sentido, entender a popularidade de Ogum: em primeiro lugar, o negro reprimido, longe de sua terra, de seu papel social tradicional, não tinha mais ninguém para apelar, senão para os dois deuses que efetivamente o defendiam:
Exu (a magia) e Ogum (a guerra).
Em segundo lugar, além da ajuda que pode prestar em qualquer luta.
Ogum é o representante no panteão africano não só do conquistador, mas também do trabalhador manual, do operário que transforma a matéria-prima em produto acabado.
             Ele é a própria apologia do ofício, do conhecimento de qualquer tecnologia com algum objetivo produtivo, do trabalhador, em geral, na sua luta contra as matérias inertes a serem modificadas.
Ogum gosta do preto no branco, dos assuntos definidos em rápidas palavras, de falar diretamente a verdade sem ter de preocupar-se em adaptar seu discurso para cada pessoa.
Ogum gosta de dormir no chão, precisa que o corpo entre em contato sempre direto com a natureza e dispensa roupas elaboradas e caras, que possam ser complicadas de vestir ou que exijam muito espaço na mochila.
Não tem compromisso com ninguém, nem com seus próprios objetos.
 A violência e a energia, porém não explicam Ogum totalmente.
Ele não é o tipo austero, embora sério e dramático, nunca contidamente grave. Quando irado, é implacável, apaixonadamente destruidor e vingativo; quando apaixonado, sua sensualidade não se contenta em esperar nem aceita a rejeição.
Ogum sempre ataca pela frente, de peito aberto, como o clássico guerreiro.
Existem vários Falangeiros de Ogum, mas Ogum Xoroquê merece um destaque específico, pois é um Orixá masculino duplo, ou seja, possui duas formas diferentes de manifestação.
É associado à irmandade e afinidade estreita de Ogum com Exu, pois passa seis meses do ano como Ogum e os outros como Exu, sendo considerado guerreiro feroz, irascível e imbatível.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Salve se Roxo, Ok Caboclo

Suas palavras soaram como brisa fresca que certamente vem circulando o mundo desde o início da história dessa religião....A Umbanda!!!
Quanta sabedoria, quanta riqueza Espiritual e quanta humildade!
Sua seriedade, sua postura digna e sua disposição em responder as perguntas tornaram a atmosfera daquele momento "única".
Três velas e uma luz azul ao canto da sala ajudaram a compor aquele cenário misterioso.
Assim, com o charuto entre os dedos e uma postura típica de Caboclo ele disse:
-Fala moça....Pergunte...O que queres saber?
Dentre muitas perguntas, a primeira limitou-se em saber se ele realmente já havia sido um Cabolco, já que é desta forma que ele se apresenta dentro dos trabalhos da Umbanda.E ele respondeu:
-Não! Na minha última encarnação eu fui um médico...Um médico que trabalhava no Oriente em uma terra muito longe daqui, onde o Sol descansa quando cá ele se faz presente.
Meu tempo de reencarnar na Terra foi breve, e tendo desembarcado para o Plano Espiritual, lá permaneci desenvolvendo durante muito tempo trabalhos de cura e encaminhamento aos desencarnados, juntamente com o Espírito de Gabriel (entidade que mais tarde desceu em Terra e fundou a Umbanda).
Os trabalhos realizados eram de auxílio a todos os Espíritos perdidos que se encontravam no Astral.
Por algum motivo, a organização Divina percebeu que o maior número de Espíritos perdidos encontrava-se no Sítio Astral referente à vossa Terra, o Brasil. Assim foi decidido que este seria o local de maior necessidade de limpeza e purificação Astral, e resgate as Almas "encarnadas"que se encontravam abandonadas por conta dos preconceitos da época.
Apesar de o Plano Astral estar muito denso, as necessidades dos homens da Terra tornaram-se prioridade, pois a desencarnação dos desconsolados e sofredores poderia gerar mais densidade em uma Esfera descontrolada, cheia de Espíritos desorientados.
Por isso havia a necessidade da introdução de uma nova religião que abrigasse os que limitavam o desenvolvimento de suas Almas as regras sociais do próprio homem. E esta seria a Umbanda: A religião dos necessitados independente da condição social ou racial!
Reconhecendo a necessidade deste Projeto Espiritual e ciente da minha missão, busquei o ensinamento dentro da cultura de vosso País, e em Espírito estagiei entre os indígenas buscando inteirar-me a cerca dos costumes, da linguagem e dos benefícios de uma medicina até então desconhecida para mim.
Com a permissão do Pai Maior os grupos de organização (conhecidas falanges) começaram a ser formados. A cada desencarnação de um Espírito " negro ou índio" (os mais descriminados na época) havia uma reintegração dos mesmos dentro desta nova religião no Plano Astral, que após uma instrução Espiritual individualizada, permitia-os trabalhar em benefício dos irmãos condenados que ainda viviam na Terra, e dos que humildemente reconheciam sua sabedoria e vinham em busca de orientação e socorro.
Tudo isso dentro da nossa supervisão, minha, de Gabriel e de outros Espíritos que colaboraram para a fundação desta nova religião
A finalidade maior desta religião era poder integrar encarnados e desencarnados no caminho da evolução e da consciência Espiritual.
Para alcançar os objetivos deste trabalhos Espiritual, dentro desta roupagem à que muito contente me submeti ( como Caboclo), e dentro da responsabilidade de uma enorme falange, desenvolvi um trabalho de conscientização entre os que buscaram a minha ajuda.
Assim, dentro da permissão Maior, realizo meus trabalhos visando as necessidades dos "dois lados", de dia ou de noite, de noite ou de dia, não importa, onde houver proteção haverá realização.
Tudo se cumprirá com a permissão do nosso Senhor independente da Luz ou da sombra...E eu cá estarei sempre, liderando ambos os lados.
Depois de uma pequena pausa, levando o charuto até a boca e estalando fortemente os dedos da mão, ele continuou:
-Sabe moça, o início desta religião foi muito confuso! O homem da terra no início desta religião deixou a coisa muito confusa. O homem da terra não entendia como as coisas aconteciam, então o próprio homem acabou misturando esta religião com a cultura de outros Países que também ensinavam a Espiritualidade, onde grande parte do povo de longe se encontrava presente em vossa Terra.
Só agora, depois de muito tempo é que algumas coisas começaram a serem mudadas e esclarecidas. Isso porque aparelhos como "este" e como muitos outros que se encontram espalhados por este País a fora, buscam erguer um propósito de final!
Dentro da seriedade e da verdade, firmarão cada vez mais a posição dessa religião em vosso País.
Muitos que caminham dentro desta religião não entendem exatamente como as coisas acontecem.
É preciso compreender que não existem regras específicas para o Mundo Espiritual, porque para este mundo sem fronteiras absolutamente tudo é possível !
Alguns lugares trabalham dentro de uma organização hierárquica sem misturas, outros como " Caboclo Roxo", realizam trabalhos fundamentados no amor e na realização independente das falanges que são utilizadas.
Por este motivo é preciso que principalmente os filhos da minha casa entendam que independente da ordem hierárquica, o resultado será atingido.
A organização dos homens jamais compreenderá a organização dos Espíritos.
Eu sei que muitos filhos que cá trabalham sentem-se confusos porque trabalham de um lado sentindo a presença do outro, mais este é o método de trabalho usado na minha casa sob a supervisão Maior, e sobre a responsabilidade da missão a que me foi designada.


Pontos cantados de Caboclo Roxo:

1.     QUE BOMBARDEIO FOI AQUELE LA NA ALDEIA,
SUA PALHOÇA ELE QUIS ABANDONAR,(2X),
ELE É CABOCLO DA TRIBO DA JUREMA PAI NAGÔ,
BAIXOU NA GUNA PRA SEUS FILHOS SARAVÁ,(2X).

2.     ELE VAI CHAMAR PAPAI, MAMÃE, PARA TE AJUDAR,
ELE VAI CHAMAR PAPAI, MAMÃE, PARA TE AJUDAR,
NA LUA NASCEU CABOCLO ROXO, ELE VEIO PRA TRABALÇHAR,(2x).

3.     ELE EMBARCOU NA SUA CANOA, FEITA DE PATCHULI,
PRA SOLTAR NA AREIA BRANCA E TOCAR SEU BANDOLIN,(2X),
A SEU ROXO, ELE NÃO PODE MAI, A SEU ROXO ELE NÃO PODE MAIS…

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O Chacra dos Pretos Velhos

Texto Pesquisado por Ronaldo Jatapequara em 04/11/2011
 
O Chacra dos Pretos Velhos

Todo o ser humano possui centros vitais, conhecidos com o nome de CHACRAS (que significam rodas girantes, em sânscrito).
Eles são consubstanciados no indivíduo, para proverem os elementos vitais ao bom funcionamento e conseqüente equilíbrio de seus corpos, mental, astral e físico, quer esteja nesta última condição, quer fora dela, isto é, sem o corpo físico.
Os Chacras, que são 7 (os principais), são pontos etéreos sobre os quais incidem os 7 Fluídos Cósmicos Básicos, ou sete imagens elétricas, para então se transplantarem aos Plexos e Gânglios materiais em número de 49, todas as emanações necessárias à vitalidade, ao fim e ao uso da carcaça humana.

Chacra - Básico ou Sacro

Na Umbanda este ponto de corresponde à vibração das Almas (Almas, Pretos-Velhos e Exus) sendo o melhor dia de absorção de influências a segunda-feira.
Conhecido no Hinduísmo como Muladhara. Este ponto situado na base da espinhal dorsal física, atua diretamente sobre os órgãos pélvicos, próstata, bexiga, glândulas seminais, ovários, etc.
Sua energia é o *KUNDALINI ou Fogo Serpentino Regenerador. Seu atributo é a Pureza.
Segundo o grau de sua vitalidade pode gerar a Castidade ou a Imoralidade. Recebe com maior intensidade a força vital de Saturno, tem a forma de uma flor de 4 pétalas.
Sua vibração de cor atuante é o Violeta, mas pelas circunstâncias do estado harmônico do ser, outras vibrações atuam, gerando raias Vermelhas com cambiantes Azuis.
O médium distingue esta influência pela aparente prisão ou dificuldade de movimento dos membros inferiores, assim como também o ativamento dos reflexos biológicos controlados pelos órgãos abrangidos por este Chacra.
Isto exposto salienta que a chave principal na mecânica da incorporação precisa estar em harmonia fluídica com a vibração original do médium. Baseia-se a dita chave principal na influência do planeta, cor e dia correspondente da vibração e o Chacra.
Assim sendo, fica esclarecido que o chamado desenvolvimento mediúnico, deveria sempre obedecer à única e exclusivamente à vibração original, que situa o planeta regente no nascimento do médium.
As *Fixações para as diferentes finalidades, como sejam, puxadas de outras linhas, obedecem à vibração e ao planeta em que estejam situadas, por afinidade, as Entidades Protetoras do médium, através das quais são dirigidas estas fixações.

Obs: Os Chacras (Rodas Girantes) em forma de flor são apenas vistas pelas Entidades corretamente incorporadas e/ou pelos médiuns videntes, quando permitido.

*KUNDALINI - Espécie de torrente de fogo líquido a subir pela coluna vertebral do ser humano, a qual ativa as energias instintivas ou inferiores, próprias do mundo animal. A pessoa que desenvolver o Chacra Básico descontrolada e prematuramente, dará entrada a uma torrente de energia elementar tão poderosa, que os seus desejos serão satisfeitos de imediato e terá poder sobre as demais criaturas. Este é o perigo para os que recebem influências privilegiadas deste Chacra.
Por essa razão, nas diversas escolas espirituais existentes, nunca se desenvolve Mediunidade através dele, mesmo que por data de nascimento, dia e hora, a influência primária a que ele pertença.
*Fixações - Assim se define na maioria das escolas (90%), melhor penetração das diversas influências espirituais. São consideradas como fixações, os Amacís (lavagem de cabeça), o Batismo e os banhos determinados (sempre do pescoço para baixo), que fazem parte da Ritualística da Umbanda.

Chacras
Cores no Corpo
Vibração de Cor Pura
Pétalas Etéreas
Planeta Regente
Sacro
Almas
Vermelho com Tons Azuis
Violeta
4 Quatro
Saturno