quinta-feira, 24 de novembro de 2011


O Senhor Ogum, o Guerreiro de Umbanda

Ogum é o arquétipo do guerreiro.
Bastante cultuado no Brasil, especialmente por ser associado à luta, à conquista, é a figura do astral que, depois de Exu, está mais próxima dos seres humanos.
Foi uma das primeiras figuras do candomblé incorporada por outros cultos, notadamente pela Umbanda, onde é muito popular.
Tem sincretismo com São Jorge ou com Santo Antônio, tradicionais guerreiros dos mitos católicos, também lutadores, destemidos e cheios de iniciativa.
             A relação de Ogum com os militares tanto vem do sincretismo realizado com São Jorge, sempre associado às forças armadas, como da sua figura de comandante supremo yoruba.
Dizem as lendas que se alguém, em meio a uma batalha, repetir determinadas palavras (que são do conhecimento apenas dos iniciados), Ogum aparece imediatamente em socorro daquele que o evocou.
Porém, elas (as palavras) não podem ser usadas em outras circunstâncias, pois, tendo excitado a fúria por sangue do Orixá, detonaram um processo violento e incontrolável; se não encontrar inimigos diante de si após te sido evocado, Ogum se lançará imediatamente contra quem o chamou.
Ogum não era, segundo as lendas, figura que se preocupasse com a administração do reino de seu Pai, *Odudua; ele não gostava de ficar quieto no palácio, dava voltas sem conseguir ficar parado, arrumava romances com todas as moças da região e brigas com seus namorados.
 Não se interessava pelo exercício do poder já conquistado, por que fosse a independência a ele garantida nessa função pelo próprio pai, mas sim pela luta.
Ogum, portanto, é aquele que gosta de iniciar as conquistas, mas não sente prazer em descansar sobre os resultados delas, ao mesmo tempo é figura imparcial, com a capacidade de calmamente exercer (executar) a justiça ditada por Xangô.
É muito mais paixão do que razão: aos amigos, tudo, inclusive o doloroso perdão: aos inimigos, a cólera mais implacável, a sanha destruidora mais forte.
Assim, Ogum não é apenas o que abre as picadas na matas e derrota os exércitos inimigos; é também aquele que abre os caminhos para a implantação de uma estrada de ferro, instala uma fábrica numa área não industrializada, promove o desenvolvimento de um novo meio de transporte, luta não só contra o homem, mas também contra o desconhecido.
É, pois, o símbolo do trabalho, da atividade criadora do homem sobre a natureza, da produção e da expansão, da busca de novas fronteiras, de esmagamento de qualquer força que se oponha à sua própria expansão.
Tem, junto com Exu, posição de destaque logo no início de um ritual.
Tal como Exu, Ogum também gosta de vir à frente.
A força de Ogum está tanto na coragem de se lançar à luta como na objetividade que o domina nesses momentos (e o abandona nos momentos de prazer e gozo).
É fácil nesse sentido, entender a popularidade de Ogum: em primeiro lugar, o negro reprimido, longe de sua terra, de seu papel social tradicional, não tinha mais ninguém para apelar, senão para os dois deuses que efetivamente o defendiam:
Exu (a magia) e Ogum (a guerra).
Em segundo lugar, além da ajuda que pode prestar em qualquer luta.
Ogum é o representante no panteão africano não só do conquistador, mas também do trabalhador manual, do operário que transforma a matéria-prima em produto acabado.
             Ele é a própria apologia do ofício, do conhecimento de qualquer tecnologia com algum objetivo produtivo, do trabalhador, em geral, na sua luta contra as matérias inertes a serem modificadas.
Ogum gosta do preto no branco, dos assuntos definidos em rápidas palavras, de falar diretamente a verdade sem ter de preocupar-se em adaptar seu discurso para cada pessoa.
Ogum gosta de dormir no chão, precisa que o corpo entre em contato sempre direto com a natureza e dispensa roupas elaboradas e caras, que possam ser complicadas de vestir ou que exijam muito espaço na mochila.
Não tem compromisso com ninguém, nem com seus próprios objetos.
 A violência e a energia, porém não explicam Ogum totalmente.
Ele não é o tipo austero, embora sério e dramático, nunca contidamente grave. Quando irado, é implacável, apaixonadamente destruidor e vingativo; quando apaixonado, sua sensualidade não se contenta em esperar nem aceita a rejeição.
Ogum sempre ataca pela frente, de peito aberto, como o clássico guerreiro.
Existem vários Falangeiros de Ogum, mas Ogum Xoroquê merece um destaque específico, pois é um Orixá masculino duplo, ou seja, possui duas formas diferentes de manifestação.
É associado à irmandade e afinidade estreita de Ogum com Exu, pois passa seis meses do ano como Ogum e os outros como Exu, sendo considerado guerreiro feroz, irascível e imbatível.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Salve se Roxo, Ok Caboclo

Suas palavras soaram como brisa fresca que certamente vem circulando o mundo desde o início da história dessa religião....A Umbanda!!!
Quanta sabedoria, quanta riqueza Espiritual e quanta humildade!
Sua seriedade, sua postura digna e sua disposição em responder as perguntas tornaram a atmosfera daquele momento "única".
Três velas e uma luz azul ao canto da sala ajudaram a compor aquele cenário misterioso.
Assim, com o charuto entre os dedos e uma postura típica de Caboclo ele disse:
-Fala moça....Pergunte...O que queres saber?
Dentre muitas perguntas, a primeira limitou-se em saber se ele realmente já havia sido um Cabolco, já que é desta forma que ele se apresenta dentro dos trabalhos da Umbanda.E ele respondeu:
-Não! Na minha última encarnação eu fui um médico...Um médico que trabalhava no Oriente em uma terra muito longe daqui, onde o Sol descansa quando cá ele se faz presente.
Meu tempo de reencarnar na Terra foi breve, e tendo desembarcado para o Plano Espiritual, lá permaneci desenvolvendo durante muito tempo trabalhos de cura e encaminhamento aos desencarnados, juntamente com o Espírito de Gabriel (entidade que mais tarde desceu em Terra e fundou a Umbanda).
Os trabalhos realizados eram de auxílio a todos os Espíritos perdidos que se encontravam no Astral.
Por algum motivo, a organização Divina percebeu que o maior número de Espíritos perdidos encontrava-se no Sítio Astral referente à vossa Terra, o Brasil. Assim foi decidido que este seria o local de maior necessidade de limpeza e purificação Astral, e resgate as Almas "encarnadas"que se encontravam abandonadas por conta dos preconceitos da época.
Apesar de o Plano Astral estar muito denso, as necessidades dos homens da Terra tornaram-se prioridade, pois a desencarnação dos desconsolados e sofredores poderia gerar mais densidade em uma Esfera descontrolada, cheia de Espíritos desorientados.
Por isso havia a necessidade da introdução de uma nova religião que abrigasse os que limitavam o desenvolvimento de suas Almas as regras sociais do próprio homem. E esta seria a Umbanda: A religião dos necessitados independente da condição social ou racial!
Reconhecendo a necessidade deste Projeto Espiritual e ciente da minha missão, busquei o ensinamento dentro da cultura de vosso País, e em Espírito estagiei entre os indígenas buscando inteirar-me a cerca dos costumes, da linguagem e dos benefícios de uma medicina até então desconhecida para mim.
Com a permissão do Pai Maior os grupos de organização (conhecidas falanges) começaram a ser formados. A cada desencarnação de um Espírito " negro ou índio" (os mais descriminados na época) havia uma reintegração dos mesmos dentro desta nova religião no Plano Astral, que após uma instrução Espiritual individualizada, permitia-os trabalhar em benefício dos irmãos condenados que ainda viviam na Terra, e dos que humildemente reconheciam sua sabedoria e vinham em busca de orientação e socorro.
Tudo isso dentro da nossa supervisão, minha, de Gabriel e de outros Espíritos que colaboraram para a fundação desta nova religião
A finalidade maior desta religião era poder integrar encarnados e desencarnados no caminho da evolução e da consciência Espiritual.
Para alcançar os objetivos deste trabalhos Espiritual, dentro desta roupagem à que muito contente me submeti ( como Caboclo), e dentro da responsabilidade de uma enorme falange, desenvolvi um trabalho de conscientização entre os que buscaram a minha ajuda.
Assim, dentro da permissão Maior, realizo meus trabalhos visando as necessidades dos "dois lados", de dia ou de noite, de noite ou de dia, não importa, onde houver proteção haverá realização.
Tudo se cumprirá com a permissão do nosso Senhor independente da Luz ou da sombra...E eu cá estarei sempre, liderando ambos os lados.
Depois de uma pequena pausa, levando o charuto até a boca e estalando fortemente os dedos da mão, ele continuou:
-Sabe moça, o início desta religião foi muito confuso! O homem da terra no início desta religião deixou a coisa muito confusa. O homem da terra não entendia como as coisas aconteciam, então o próprio homem acabou misturando esta religião com a cultura de outros Países que também ensinavam a Espiritualidade, onde grande parte do povo de longe se encontrava presente em vossa Terra.
Só agora, depois de muito tempo é que algumas coisas começaram a serem mudadas e esclarecidas. Isso porque aparelhos como "este" e como muitos outros que se encontram espalhados por este País a fora, buscam erguer um propósito de final!
Dentro da seriedade e da verdade, firmarão cada vez mais a posição dessa religião em vosso País.
Muitos que caminham dentro desta religião não entendem exatamente como as coisas acontecem.
É preciso compreender que não existem regras específicas para o Mundo Espiritual, porque para este mundo sem fronteiras absolutamente tudo é possível !
Alguns lugares trabalham dentro de uma organização hierárquica sem misturas, outros como " Caboclo Roxo", realizam trabalhos fundamentados no amor e na realização independente das falanges que são utilizadas.
Por este motivo é preciso que principalmente os filhos da minha casa entendam que independente da ordem hierárquica, o resultado será atingido.
A organização dos homens jamais compreenderá a organização dos Espíritos.
Eu sei que muitos filhos que cá trabalham sentem-se confusos porque trabalham de um lado sentindo a presença do outro, mais este é o método de trabalho usado na minha casa sob a supervisão Maior, e sobre a responsabilidade da missão a que me foi designada.


Pontos cantados de Caboclo Roxo:

1.     QUE BOMBARDEIO FOI AQUELE LA NA ALDEIA,
SUA PALHOÇA ELE QUIS ABANDONAR,(2X),
ELE É CABOCLO DA TRIBO DA JUREMA PAI NAGÔ,
BAIXOU NA GUNA PRA SEUS FILHOS SARAVÁ,(2X).

2.     ELE VAI CHAMAR PAPAI, MAMÃE, PARA TE AJUDAR,
ELE VAI CHAMAR PAPAI, MAMÃE, PARA TE AJUDAR,
NA LUA NASCEU CABOCLO ROXO, ELE VEIO PRA TRABALÇHAR,(2x).

3.     ELE EMBARCOU NA SUA CANOA, FEITA DE PATCHULI,
PRA SOLTAR NA AREIA BRANCA E TOCAR SEU BANDOLIN,(2X),
A SEU ROXO, ELE NÃO PODE MAI, A SEU ROXO ELE NÃO PODE MAIS…

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O Chacra dos Pretos Velhos

Texto Pesquisado por Ronaldo Jatapequara em 04/11/2011
 
O Chacra dos Pretos Velhos

Todo o ser humano possui centros vitais, conhecidos com o nome de CHACRAS (que significam rodas girantes, em sânscrito).
Eles são consubstanciados no indivíduo, para proverem os elementos vitais ao bom funcionamento e conseqüente equilíbrio de seus corpos, mental, astral e físico, quer esteja nesta última condição, quer fora dela, isto é, sem o corpo físico.
Os Chacras, que são 7 (os principais), são pontos etéreos sobre os quais incidem os 7 Fluídos Cósmicos Básicos, ou sete imagens elétricas, para então se transplantarem aos Plexos e Gânglios materiais em número de 49, todas as emanações necessárias à vitalidade, ao fim e ao uso da carcaça humana.

Chacra - Básico ou Sacro

Na Umbanda este ponto de corresponde à vibração das Almas (Almas, Pretos-Velhos e Exus) sendo o melhor dia de absorção de influências a segunda-feira.
Conhecido no Hinduísmo como Muladhara. Este ponto situado na base da espinhal dorsal física, atua diretamente sobre os órgãos pélvicos, próstata, bexiga, glândulas seminais, ovários, etc.
Sua energia é o *KUNDALINI ou Fogo Serpentino Regenerador. Seu atributo é a Pureza.
Segundo o grau de sua vitalidade pode gerar a Castidade ou a Imoralidade. Recebe com maior intensidade a força vital de Saturno, tem a forma de uma flor de 4 pétalas.
Sua vibração de cor atuante é o Violeta, mas pelas circunstâncias do estado harmônico do ser, outras vibrações atuam, gerando raias Vermelhas com cambiantes Azuis.
O médium distingue esta influência pela aparente prisão ou dificuldade de movimento dos membros inferiores, assim como também o ativamento dos reflexos biológicos controlados pelos órgãos abrangidos por este Chacra.
Isto exposto salienta que a chave principal na mecânica da incorporação precisa estar em harmonia fluídica com a vibração original do médium. Baseia-se a dita chave principal na influência do planeta, cor e dia correspondente da vibração e o Chacra.
Assim sendo, fica esclarecido que o chamado desenvolvimento mediúnico, deveria sempre obedecer à única e exclusivamente à vibração original, que situa o planeta regente no nascimento do médium.
As *Fixações para as diferentes finalidades, como sejam, puxadas de outras linhas, obedecem à vibração e ao planeta em que estejam situadas, por afinidade, as Entidades Protetoras do médium, através das quais são dirigidas estas fixações.

Obs: Os Chacras (Rodas Girantes) em forma de flor são apenas vistas pelas Entidades corretamente incorporadas e/ou pelos médiuns videntes, quando permitido.

*KUNDALINI - Espécie de torrente de fogo líquido a subir pela coluna vertebral do ser humano, a qual ativa as energias instintivas ou inferiores, próprias do mundo animal. A pessoa que desenvolver o Chacra Básico descontrolada e prematuramente, dará entrada a uma torrente de energia elementar tão poderosa, que os seus desejos serão satisfeitos de imediato e terá poder sobre as demais criaturas. Este é o perigo para os que recebem influências privilegiadas deste Chacra.
Por essa razão, nas diversas escolas espirituais existentes, nunca se desenvolve Mediunidade através dele, mesmo que por data de nascimento, dia e hora, a influência primária a que ele pertença.
*Fixações - Assim se define na maioria das escolas (90%), melhor penetração das diversas influências espirituais. São consideradas como fixações, os Amacís (lavagem de cabeça), o Batismo e os banhos determinados (sempre do pescoço para baixo), que fazem parte da Ritualística da Umbanda.

Chacras
Cores no Corpo
Vibração de Cor Pura
Pétalas Etéreas
Planeta Regente
Sacro
Almas
Vermelho com Tons Azuis
Violeta
4 Quatro
Saturno

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A Umbanda trabalha com várias linhas e particularidades, tais como:

·         "Umbanda tradicional" - Oriunda de Zélio Fernandino de Moraes";
·         "Umbanda Popular" - Que era praticada antes de Zélio e conhecida como Macumbas ou Candomblés de Caboclos; onde podemos encontrar um forte sincretismo - Santos Católicos associados aos Orixas Africanos";
·         "Umbanda Branca e/ou de Mesa" - Com um cunho espírita - "kardecista" - muito expressivo. Nesse tipo de Umbanda, em grande parte, não encontramos elementos Africanos - Orixás -, nem o trabalho dos Exus e Pomba-giras, ou a utilização de elementos como atabaques, fumo, imagens e bebidas. Essa linha doutrinaria se prende mais ao trabalho de guias como caboclos, pretos-velhos e crianças. Também podemos encontrar a utilização de livros espíritas - "kardecistas - como fonte doutrinária;
·         "Umbanda Omolokô" - Trazida da África pelo Tatá Trancredo da Silva Pinto. Onde encontramos um misto entre o culto dos Orixás e o trabalho direcionado dos Guias;
·         "Umbanda Traçada ou Umbandomblé" - Onde existe uma diferenciação entre Umbanda e Candomblé, mas o mesmo sacerdote ora vira para a Umbanda, ora vira para o candomblé em sessoes diferenciadas. Não é feito tudo ao mesmo tempo. As sessões são feitas em dias e horários diferentes;
·         "Umbanda Esotérica" - É diferenciada entre alguns segmentos oriundos de Oliveira Magno, Emanuel Zespo e o W. W. da Matta (Mestre Yapacany), em que intitulam a Umbanda como a Aumbhandan: "conjunto de leis divinas";
·         "Umbanda Iniciática" - É derivada da Umbanda Esotérica e foi fundamentada pelo Mestre Rivas Neto (Escola de Síntese conduzida por Yamunisiddha Arhapiagha), onde há a busca de uma convergência doutrinária (sete ritos), e o alcance do Ombhandhum, o Ponto de Convergência e Síntese. Existe uma grande influência Oriental, principalmente em termos de mantras indianos e utilização do sanscrito;
·         "Umbanda de Caboclo" - influência do cultura indígina brasileira com seu foco principal nos guias conhecidos como "Caboclos";
·         "Umbanda de pretos-velhos" - influência da cultura Africana, onde podemos encontrar elementos sincréticos, o culto aos Orixás, e onde o comando e feito pelos pretos-velhos;
·         Outras formas existem, mas não têm uma denominação apropriada. Se diferenciam das outras formas de Umbanda por diversos aspectos peculiares, mas que ainda não foram classificadas com um adjetivo apropriado para ser colocado depois da palavra Umbanda.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Obrigação de Cosme e Damião

LINDA OBRIGAÇÃO DE COSME E DAMIÃO REALIZADA NA FRATERNIDADE DE UMBANDA DIVINA LUZ, COM A PRESENÇA DE AMIGOS DA CASA E VÁRIOS CABOCLOS, COMO:
SEU ROMPE-MATO,
CABOCLA MARIANA,
CABOCLO ROXO,
CABOCLO JOSEANO,
MARINHEIRO DANIEL,
ERÊ CABOCLINHO DE ALDEIA,
MARIAZINHA,
COSMINHO, ETC.

MANAUS, 04 DE OUTUBRO DE 2011



quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Festa de Cosme e Damião - Terreiro Pai Zéferino


Festa de Cosme e Damião no terreiro de Pai Zeferino e Caboclo 7 Flecha e Zé Raimundo, dia 27 de Setembro de 2011.
Bairro da Cachoeirinha, Rua Ipixuna.
Babalorixa Sr. Ildemar.

Grande festa com muitos presentes, uma linda gira para Cosme e Damião. Com presença de várias entidades da Umbanda, tais como:
Zé Raimundo(Caboclo de Légua)
7 Flecha (Caboclo de Pena)
Pai Joaquim de Angola, e vários outros Erês).

Grande força presente de Joãozinho e Mariazinha, que balançava nossos corações, é uma linda casa de Umbanda em Manaus, Salve a Umbanda.

domingo, 25 de setembro de 2011

Iniciando os Trabalho;Setembro;2011

Inicio dos trabalhos em setembro de 2011, Fraternidade de Umbanda Divina Luz.
O objetivo da Fraternidade este ano e trabalhar para  adquirirmos novamente nosso terreno para construção da nova sede da Fraternidade, estamos com planos para Iranduba.
Ogum nos guiara sempre, vamos nos.
Salve a Umbanda.


domingo, 21 de agosto de 2011

FUNDAMENTOS DE UMBANDA -02

Defumação:
A defumação é essencial para qualquer trabalho nos terreiros de umbanda: O corpo físico e seus agregados sutis (duplo etérico, corpo astral, mental), coletam durante o dia no seu contato social (pensamentos, ambientes), todos os tipos de emoções, cargas que estão no ar, que se grudam no duplo etérico causando altas densidades, influenciam todo o sistema aurico e podem causar bloqueios. Pois estas pessoas todas se dirigem ao terreiro. Essa concentração de pessoas, que levam consigo, toda essa carga, formam um grupo com variados problemas, pois essas formas-pensamentos que acompanham seus criadores, adentram o centro espiritual.
A defumação tem a função de desagregar essas cargas negativas. A preparação para as ervas a serem queimadas, precisam de um ritual especial, serem colhidas na lua certa, queimadas em vaso de barro (neutro). A fumaça não pode irritar as pessoas, a função é além da fumaça leve que deve estar acima da cabeça das pessoas agindo com leveza sem poluir o ambiente, é principalmente pela sua função aromática.
Uma boa defumação pode ser feita com cravo, canela em pau, erva-doce, sempre feita dos fundos para frente, acompanhada com um ponto cantado adequado a situação.

Os pontos cantados são uma das primeiras coisas que afloram a quem vai a um terreiro de Umbanda pela primeira vez. Os pontos cantados são, dentro dos rituais de Umbanda, um dos aspectos mais importantes para se efetuar uma boa gira.

Os verdadeiros pontos cantados, são os chamados de raiz (são os pontos ensinados pelas próprias entidades). Apesar disso, há uma gama infinita de pontos desconexos sendo entoados por ai. Um verdadeiro ponto evoca imagens fortes e atingem lá dentro do coração e da emoção a verdadeira fé', pura e simples.

Os pontos cantados servem para impregnar certas energias e desimpregnar outras, de acordo com o ponto, uma vez que cada linha representa um imagem, traduz um sentimento inerente a vibração daquela entidade que o canta, ou que o trás, existindo por trás deles uma freqüência toda especial, que se modifica de acordo com a Linha Espiritual :

Oxalá - Sons místicos;
Ogum - Sons vibrantes;
Oxossi - Sons afinados com a natureza e sua harmonia;
Xangô - Sons graves;
Yorimá - Sons melancólicos;
Yori - Sons alegres, predispondo ao bom ânimo;
Yemanjá - Sons suaves, destinados à renovação afetiva e emocional.

 Fonte: Sociedade Espírita Mata Virgem

Quem nunca viu caboclos assobiarem ou darem aqueles brados maravilhosos, que parecem despertar alguma coisa em nós?

Muitos pensam, ingenuamente tratar-se dos chamados que davam nas matas, para se comunicarem com os companheiros de tribo, quando ainda vivos. Não é bem assim. Os assobios traduzem sons básicos das forcas da natureza, os chamados "Tatwas". Estes sons precipitam assim como o estalar dos dedos, um impulso no corpo Astral do médium para direciona-lo corretamente, afim de libera-lo de certas cargas que se agregam, tais como larvas astrais, etc.

Os assobios, assim como os brados, ou sons graves e guturais emitidos pelos Pais-Velhos quando incorporados, são o chamados mantras; cada entidade emite um som de acordo com a linha que trabalha, para ajustar condições especificas que facilitem a incorporação, ou para liberarem certos bloqueios nos consulentes."
Mestre W.W. da Mata e Silva


Por que tirar os sapatos na hora de se entrar num congá (congar) ?
O grande mestre Matta e Silva nos explica :
"Nós, umbandistas, consideramos o conga', mesmo sem "santos" no altar, um lugar imantado, onde forma fixadas certas forcas ou vibrações positivas, que deve estar sempre limpo de fluidos negativos e onde conservamos os pontos riscados destas mesmas forcas ou ordens, mesmo porque certos preceitos são procedidos nele. 
Assim, é de obrigação se tirar o calcado, visto este objeto ser anti-higiênico, pois se pisa com ele em tudo, às vezes em detritos e putrefações, ainda por querermos estar em ligação desembaraçada com o elemento terra, sabendo-se que esta é o escoadouro natural das vibrações ou ondas eletromagnéticas."

FUNDAMENTOS DE UMBANDA


Newton Carlos Marcellino
Para tentar explicar como se dá a comunicação entre os planos espiritual e material, grosseiramente, podemos imaginar essa comunicação através de freqüências.
O rádio, a TV, o celular são exemplos. Estes aparelhos emitem freqüências de um ponto, o transmissor, até outro ponto, o receptor. As freqüências não se cruzam porque uma é mais forte do que a outra. O receptor recebe apenas a freqüência na qual está programado.
Analogamente, se imaginarmos que nossos pensamentos são como freqüências e as vibrações emitidas pelos espíritos também são freqüências, podemos dizer que são essas freqüências que ligam espíritos e matéria, onde conseguimos nos conectar com os espíritos de acordo com nossos pensamentos e atitudes, logo, pensamentos baixos atraem espíritos de camadas mais inferiores do plano espiritual, e pensamentos mais elevados, atraem espíritos mais elevados.
Quando nos dirigimos ao terreiro, dependendo de como foi nosso dia, nossa semana, nós estamos vibrando numa freqüência tal que pode interferir nos trabalhos, ajudando ou atrapalhando. Um dia vivido em torno de brigas e discussões, alimentação pesada, pensamentos voltados para o ódio, má conduta, etc, deixam a freqüência muito baixa, atraindo espíritos que vibram numa esfera mais baixa, e isso faz com que o trabalho seja prejudicado. Um dia bem vivido, trabalhado e participativo nas coisas particulares, uma boa alimentação, bons pensamentos, preparação mental para a gira, faz com que nossa freqüência fique mais elevada, atraindo espíritos de esferas mais elevadas.
Para que os trabalhos não sofram variações excessivas de freqüências, para que se evitem a atração de espíritos de esferas inferiores e para o bom andamento da gira, é usado um artifício que acelera o processo para que todos, ou pelo menos a maioria, se concentrem no trabalho e eliminem pensamentos mais baixos, que é de cantar e bater palmas.
Como funciona?
Ao final de um espetáculo, um show, um discurso, normalmente as pessoas batem palmas para demonstrar àquele que se apresentou o agradecimento, por compartilhar aqueles minutos de entretenimento ou aprendizado. Se as palmas se estenderem por vários segundos, aos poucos elas vão entrando num ritmo e muito rapidamente todas as pessoas batem palmas no mesmo ritmo e, junto com essa sonorização, algo começa a acontecer: as pessoas começam a se sentir mais alegres, com vontade de rir, ou seja, as pessoas ali envolvidas começam a vibrar numa mesma freqüência, e inconscientemente, todas estão fazendo as mesmas coisas que as outras pessoas estão fazendo.
Já com o canto, logo de início, todos começam a cantar juntos, e isso faz com que a vibração das pessoas se equalize mais rapidamente.
Quanto mais cantamos, mais batemos palmas, mais rapidamente elevamos o nível de freqüência das pessoas, fazendo com que, momentaneamente, os problemas, a baixa auto-estima, as preocupações, sejam esquecidos, pois todos começam a prestar atenção no trabalho que está sendo realizado e isso ainda ajuda a absorver as informações que estão sendo passadas.
Com a freqüência estabilizada, os espíritos conseguem se aproximar mais facilmente de nós, permitindo assim que o trabalho transcorra com mais facilidade e de acordo com o pretendido pelos planos espiritual e material.
Para acelerar mais ainda o processo, usa-se o atabaque, pois o som emitido pelo atabaque ajuda a igualar o ritmo cardíaco de todas as pessoas no terreiro, fazendo com que, por exemplo, para quem chega muito afobado, o ritmo cardíaco é normalizado, diminuindo a afobação, ou para quem chega muito para baixo, com o aumento do ritmo cardíaco, ajuda na elevação da auto-estima. Com base nisso, por estarmos cantando e batendo palmas, além de estarmos mudando nossa freqüência, também estamos praticando caridade, por já estar ajudando outras pessoas.
Com todos participando, batendo palmas e cantando, o clima do terreiro já fica muito melhor, pois todos estão ajudando, focados num mesmo objetivo.
No plano espiritual, os guias preparados para o trabalho, aguardam nossa vibração equilibrar-se com a vibração deles, e assim que nossas freqüências começam a se igualar, eles se aproximam e iniciam o processo de incorporação.
Quando começamos a cantar os pontos dos guias que trabalharão na gira, estamos dizendo para os guias que já estamos prontos e podemos começar a incorporar.
Normalmente, no processo de incorporação, os guias cantam, muitas vezes para si, para que seja mais fácil ainda, e no caso de um guia estar trabalhando no desenvolvimento de um cambono, o guia canta para o cambono ouvir o ponto e elevar sua freqüência para facilitar a incorporação.
Cantamos pontos para ajudar a desincorporação, facilitando assim a “subida” dos guias que levam com eles todo e qualquer tipo de fluído ou influência que possa atrapalhar o médium.
Os pontos cantados trazem mais energia do que podemos imaginar. Quando feitos pelos guias, são conhecidos como “pontos de raiz” e as palavras não podem ser mudadas, pois toda a mironga feita pelo guia está nas disposições das palavras. Quando feita pelo homem, as palavras podem ser mudadas e adaptadas para que fiquem bem arranjadas.
Se prestarmos atenção, alguns pontos parecem não fazer sentido, mas quando cantados, no ritmo certo, acabamos fazendo as mirongas que estão escondidas nos pontos. É por isso que alguns pontos possuem palavras conjugadas de maneira errada ou em tom bem caipira, pois essas palavras foram inseridas nos pontos propositalmente, para poder servir como “palavras mágicas” a serem proferidas por todos, ou seja, os sons que essas palavras produzem é que produzem os efeitos requeridos.
Alguns pontos, quando entoados, podem afastar diversos males, como espíritos obsessores ou pessoas que tentam derrubar o terreiro.
Há pontos de saudação, para defumação, para firmeza, para afastar quiumbas, para descarrego, para despedida, para provocação, para cruzamento de linhas, para cruzamento de falanges, etc. Cada um deve ser cantado de acordo com sua finalidade para o bom andamento do trabalho.
Alguns pontos devem ser evitados cantar tanto dentro do terreiro quanto em nossas casas, pois eles podem atrair maus espíritos. Pontos que falam muito de cemitério, morte, ou qualquer tipo de bestialidade devem ser evitados.
Os atabaques não são simplesmente caixas de madeira com um couro para se batucar, eles são preparados e energizados para o trabalho logo que são trazidos para o terreiro.
Ao ser entregue no terreiro, primeiro é trocado o couro que vem com o atabaque, para eliminar os fluídos de “comércio” que foram depositados sobre ele na loja que o comercializa; depois, são feitos os primeiros preparos de limpeza do atabaque; em seguida, o guia chefe da casa cruza o atabaque iniciando o processo de mironga que será depositada sobre o atabaque. São colocados patuás de acordo com o guia que será o “dono” do atabaque e são feitas rezas sobre ele para fortalecer a energização.
O ogan chefe, ou atabaqueiro chefe, pede forças e energia para o guia, dono do atabaque, para que sejam depositados os fluídos necessários no couro, e toca o atabaque pela primeira vez para que sejam abertas as forças que regerão o atabaque. Em seguida o atabaque é entregue ao ogan que tocará o atabaque nos trabalhos.
Normalmente em um terreiro, os atabaques são múltiplos de três, mas são os guias que definem o número correto a ser utilizado nos trabalhos. O maior dos atabaques é o Rum, destinado ao guia que rege a casa; o segundo, é o Rumpi, destinado ao segundo guia que rege a casa ou ao guia que rege a coroa do pai ou mãe-de-santo fundadores do terreiro; o terceiro, e o menor deles, é o Lé, muitas vezes destinado à Exu ou a um guia homenageado pela casa. As ordens dos donos de cada atabaque são definidas pelos guias que regem o terreiro, podendo eles alterar essa disposição.
O Rum é sempre tocado pelo ogan chefe e só poderá ser tocado por outro ogan
desde que o ogan chefe permita. Ele, o Rum, serve para dar os primeiros toques nos pontos, repicar e conduzir os trabalhos. O Rumpi é tocado pelo segundo ogan, dando o ritmo do toque e mantendo a harmonia. O Lé é tocado pelo ogan iniciante, que ainda está em processo de aprendizado, seguindo sempre os toques do Rumpi.
Se um ogan de outro terreiro visitar a casa, este deve pedir autorização ao guia chefe para poder tocar o atabaque, e deverá ter permissão do ogan chefe para tocar o atabaque, que lhe direcionará ao atabaque próprio para receber um convidado (normalmente não é permitido ao convidado tocar no Rum).
Em terreiros tradicionais e candomblés, o ogan chefe sempre é considerado o detentor do conhecimento sobre as giras, assumindo sempre sete anos a mais de experiência sobre o pai ou mãe-de-santo. Isso se deve ao fato de que o ogan conhece todos os preparos para as giras, e é quem conduz a energia de sustentação dos trabalhos.
Os guias normalmente indicam os futuros iniciantes ao ofício de ogan, mas cabe ao ogan chefe permitir a entrada e designar o atabaque para o iniciante.
Um ogan mal intencionado pode derrubar uma gira apenas tocando o atabaque, e muitas vezes, consegue derrubar todo o terreiro. Para que se evitem problemas, há pontos chamados de provocação, onde o ogan do terreiro tenta quebrar as forças do ogan mal intencionado entoando pontos de quebra de forças e demanda.
Cada ogan tem sua função nas giras, além de tocar os atabaques e facilitar a corrente de energias. Um dos ogans, sempre volta sua atenção ao que acontece dentro do congá, mantendo o trabalho em equilíbrio e de acordo com as orientações do guia chefe; outro ogan tem sua atenção voltada à assistência, onde fica atento sobre possíveis problemas ou olhares de pessoas mal intencionadas; o terceiro ogan presta atenção de uma maneira geral, auxiliando os outros ogans.
Alguns terreiros de candomblé não permitem que mulheres sejam ogans alegando, segundo Mattos “(…) que elas não poderiam usar os instrumentos sagrados
por ficarem de pajé (menstruadas)” (pg. 93).
Ainda citando Mattos, “(…) porém, naumbanda, um indivíduo feminino tem totais condições de ser uma atabaqueira, sem problema algum. Se considerarmos que os Ogãs tem um poder divino, uma faculdade mediúnica musical, esta não vem com o gênero, e sim com o espírito e este por ter origem na essência divina, não tem sexo” (pg. 93).
Há outros instrumentos que são usados nos trabalhos para auxiliar os toques dos atabaques, como o agogo, chocalho, triângulo, pandeiro, berimbau, etc.
É importante que os filhos da corrente e a assistência participem das giras cantando e batendo palmas, pois sem essa união de forças dificultam o bom andamento do trabalho. Se não sabe o ponto, bata palmas, mas principalmente, preste atenção nos pontos, pois normalmente eles são curtos e repetitivos, fáceis de aprender. Para os pontos mais longos, que quase não se repetem, ou mesmo para aqueles pontos que são cantados em giras especiais, como de ciganos, marinheiros ou boiadeiros, os terreiros muitas vezes deixam disponíveis pastas com os pontos escritos, e em alguns casos, as pessoas se reúnem antes das giras para cantarem os pontos e aprenderem aqueles que não sabem.
Não é vergonha não saber os pontos, vergonha é não participar, não ajudar a cantar ou bater palmas, assim como achar que não tem voz boa pra cantar e por isso não cantar.
Cantar ajuda a todos, aos guias, aos médiuns, aos cambonos, a assistência, a afastar maus espíritos, más influências, miasmas no plano astral, energias negativas, e atrai sempre bons fluídos, boas energias e boas vibrações.

Bibliografia Consultada

Primeiro Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda – Federação Espírita de
Umbanda – Editado pela Federação Espírita de Umbanda – 1942
MATTOS, Sandro da Costa O livro Básico dos Ogans .
ORPHANAKE, João Edson A umbanda às suas ordens. Tríade Editorial
ORPHANAKE, João Edson Umbanda Perguntas e Respostas. Tríade Editorial

Entre em contato com o autor do texto para tirar dúvidas sobre o assunto: newton.utf@gmail.com

quinta-feira, 23 de junho de 2011

DIA DE CORPUS CHRISTI


O dia de Corpus Christi acontece 60 dias após a Páscoa, que cai sempre numa quinta-feira.

É uma data comemorativa criada pelo Papa Urbano V, no ano de 1240.

Maria partiu para visitar Isabel: a primeira procissão do Corpus Christi

Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá.

A fórmula "naqueles dias", freqüente em Lucas, é usada aqui para interligar o relato da visita a Isabel com o relato anterior do anúncio do anjo e com o cântico do Magnificat que segue.

Depois de seu consentimento, Maria ficou grávida de Jesus e foi invadida por uma alegria literalmente entranhável. No seu seio começou a crescer, nutrido com seu sangue, o Verbo que assumiu nossa carne. A primeira palavra da saudação do anjo,"Alegra-te!", tornou-se em Maria uma realidade visceral.

Depois de permanecer durante alguns momentos em silêncio, agradecendo e adorando, Maria sentiu a necessidade imperiosa de comunicar sua imensa alegria aos outros.

Aquela que se definiu a si mesma como "a Serva do Senhor" é apresentada como protagonista do relato da visita a Isabel desde o início.

Ela é o sujeito dos quatro verbos dos dois primeiros versículos: "Pôs-se a caminho", "foi com toda pressa", "entrou na casa de Zacarias", "saudou Isabel".

O verbo "pôr-se a caminho" tem em Lucas o significado teológico de disponibilidade e obediência aos planos de Deus.

A prontidão de Maria é ainda mais enfatizada pelo uso da preposição "para" (eis), repetida três vezes nos dois versículos.

A expressão "apressadamente" não quer descrever o estado psicológico de Maria, nem acentuar, primária e diretamente, a presteza externa com que parte.

O que o evangelista quer sublinhar é a atitude interior de fé e de obediência de Maria. Sua "pressa" está dinamizada pelo fervor interior, pela alegria e, sobretudo, pela fé.

Maria parte para as montanhas de Judá, não para verificar o que lhe foi dito pelo anjo, mas movida pelo desejo de ver o que Deus operou em Isabel, para congratular-se com ela, para com ela partilhar a graça que ela própria recebeu e para ajudar sua parenta nos últimos meses da gravidez.

A autocompreensão e a conduta de Maria, "a Serva do Senhor", antecipam a autocompreensão e a prática de Jesus, que veio "não para ser servido, mas para servir".

Durante a longa viagem de Nazaré a Ain Karim, Maria recorda as palavras do diálogo com o anjo, "ponderando-as no seu coração".

Toda a sua atenção está voltada para o "Filho do Altíssimo" que carrega no seu seio. Jesus, nosso Salvador, está sendo incessantemente gestado, nutrido e carregado no seio de Maria de Nazaré, uma mulher de nossa raça.

Podemos dizer, portanto, com J. L. Martín Descalzo, que a viagem de Maria de Nazaré até as montanhas da Judéia foi "a primeira procissão do Corpus Christi".

O corpo da Virgem de Nazaré foi o ostensório vivo que carregou pela primeira vez o corpo de Cristo, ostensório mais precioso que todos os que serão feitos, de ouro e de pedras preciosas, pelos mais famosos ourives ao longo dos séculos.

Reflitamos sobre nós mesmos. Se realmente acreditarmos que Jesus - agora já ressuscitado - está dentro de nós, nossa atenção estará, como esteve a de Maria, centrada nele; ele será nosso tesouro e nós seremos seus portadores. À medida, porém, em que, como Maria, fizermos a experiência de ter sido agraciados por Deus, não ficaremos fechados em nós mesmos, mas sairemos para proclamar as maravilhas que Deus operou em nós.

Iremos ao encontro dos outros para partilhar com eles nossa alegria e para nos alegrar com as bênçãos que eles receberam. Em outras palavras, quem experimentou a presença do Salvador, não o guarda só para si; leva-o aos que estão longe, leva-o aos que estão esperando por ele, mesmo que o caminho seja longo e ainda que seja necessário enfrentar toda sorte de dificuldades e obstáculos.



Um saravá amigo.

Octavio

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