Um pouco
da História da Umbanda
No dia 15 de novembro de 1908, no bairro de Neves – São Gonçalo, Estado do Rio de Janeiro, é que se deu a série de fenômenos que vieram a marcar o surgimento oficial da doutrina Espírita sagrada de UMBANDA.
Foi pelas mãos abençoadas do Caboclo das Sete Encruzilhadas, tendo como médium Zélio Fernandino de Moraes (foto ao lado) com apenas 17 anos de idade, um rapaz simples, de bons costumes e de família bem estruturada que em seu bojo possuía homens de cabedal, entre eles, dois padres, foi o escolhido pelo plano superior parta ser o artífice da eclosão no plano físico dos trabalhos dessa seara bendita que deveria como informou o bondoso Caboclo ser a manifestação do espírito para a caridade.
Seara essa que
procuraria minorar os sofrimentos e agruras da vida de homens simples e
iletrados, considerados verdadeiros parias da sociedade.
Naquela época
imperavam a ignorância e o preconceito, principalmente, no que tangia a valores
espirituais.
Assim sendo, a
primeira casa de Umbanda do Brasil e do Mundo, teve o nome de Nossa Senhora da Piedade,
uma homenagem singela a Maria Santíssima, mãe adorável de Jesus de Nazaré,
mestre do amor maior.
Este núcleo realizou
durante décadas a sublime tarefa de socorrer aos desvalidos, dando-lhes o
suporte necessário para caminhar em direção a Deus.
A missão inicial do
Caboclo das Sete Encruzilhadas constava da fundação de (7) Sete casas-mãe, que
serviriam de divulgadoras da nova doutrina e dos trabalhos espirituais de
socorro e orientação.
O crescer do
movimento Umbandista, se deu de forma espantosa tendo, em breve tempo, se
instalado pelos rincões de todo o solo nacional.
Religião
eminentemente brasileira, de raízes profundas e de caráter benemerente, não
tardou a conquistar milhões de adeptos no país a fora.
Setenta anos após o
seu surgimento (1978), tornou-se religião oficializada com registro e
cumprimento das formalidades necessárias para ser considerada como tal e também
respeitadas pelas demais religiões.
O culto dos Orixás e
os rituais e orações e curas muitos bem definidos pela presença das entidades
que se manifestam nos trabalhos de Umbanda, dão-lhe o caráter religioso e
espiritual de que precisa para cumprir a missão de fazer progredir espiritual,
moral e materialmente seus Filhos.
Salve
a Umbanda – fiel depositária das melhores aspirações de progresso e profundo
crescimento em direção a Luz Maior, que representa Deus.
Umbanda
e os Caboclos
São considerados como
os pretos velhos e erês os grandes mentores espirituais da Umbanda.
Foram eles que junto
com os Catimbozeiros, decodificaram e organizaram a Umbanda e suas linhas. São
comumente chefes de casas de santo, e não comum vem como entidades chefes das
cabeças dos Zeladores ou Zeladoras.
No ano de 1908 através do Médium Zélio Bernardino de Moraes, o Caboclo das 7
encruzilhadas anunciou a nova religião (genuinamente brasileira), fugindo quase
que na totalidade dos costumes das nações do Candomblé.
Hoje
dentro de Umbanda o termo "Caboclo" designa tal importância a
ponto de ser sinônimo de entidades que nela trabalham.
"Dentro
de Umbanda não se faz Orixás e sim Caboclos!”.
Essa expressão
é por muita desconhecida e confusa.
Primeiramente o termo
"Caboclo" antes de designar índio, ou mesmo caboclos, tem dentro de
Umbanda o significado de espírito que trabalha e que dentro da religião
vem sob as ordens de algum orixá.
O termo
"Caboclo" para muitos significa capangueiro ou falangeiros, ordenança
ou representantes dos Orixás na
Terra.
No começo de tudo,
onde os Exus, Pretos Velhos, Catimbozeiros e Caboclos (índios)
organizaram e decodificaram a religião Umbandista, a presença dos Caboclos era
muito mais marcante do que a presença dos Velhos ou dos Catimbozeiros.
No começo os cultos
eram liderados por grandes Mestres Espirituais que usavam a Pajelança e o
Catimbó, espécie de culto muito difundido até hoje no Nordeste que trabalha com
as almas dos mortos e com uma simbologia toda própria extraída da fumaça dos
cachimbos.
Tal culto se
baseava e tinha como centro energético um tronco de uma árvore chamado
"Jurema".
Aí começa a confusão
e ao mesmo tempo toda a base para o entendimento.
Vale lembrar que
"jurema" é uma árvore que ainda hoje existe nas terras do
Norte.
O termo Catimbó
muitas das vezes era substituído pelo termo "Jurema", em vez de
se dizer "Vamos cultuar o Catimbó" era dito "vamos cultuar a
Jurema".
Com a propagação da
Cabocla Jurema (grande espírito dentro de Umbanda), começou-se a ligar as
entidades Caboclas aos Eguns (espíritos já mortos e que hoje trabalham na
Umbanda).
O termo Caboclo
então se difundiu como espírito que hoje trabalha em Umbanda.
Vale lembrar,
que a maioria das entidades que trabalham em Umbanda foram realmente Caboclos e
Caboclas (Caboclos de Oxossi, Caboclos de Xangô, Caboclos de Ogum, Caboclas de
Oxum, Caboclas de Yansã etc...).
Daí a explicação para
o termo "Umbanda não faz Orixá, Umbanda faz Caboclo".
O Ogum que hoje
incorpora em Umbanda, nada mais é do que o espírito, que viveu dentro de
guerras e que tinha uma grande ligação ao Deus (Orixá) do ferro o Senhor Ogum.
Hoje não existe
Umbanda sem a força e a sapiência dos grandes Caboclos de Umbanda.
Seus gritos de
guerra, suas vestimentas, sua língua ainda viva e seus charutos fazem da
Umbanda realmente uma das mais lindas Religiões Espiritualistas que existem.
Dentre os Caboclos
mais conhecidos podemos citar o Caboclo Roxo (faço aqui a minha homenagem ao
meu pai Caboclo Roxo, do qual hoje tenho orgulho de ter sido confirmado e feito
por ele, sendo hoje seu aparelho e meu Pai Caboclo Barão de Gore e Seu
Jatapequara), Caboclos Tupi, Caboclo Mata Virgem, Caboclo Folha Seca, Caboclo
Tabajara, Caboclo Ubirajara, Caboclo Arranca Toco, Caboclo Pena Branca entre
outros.
As Caboclas mais
conhecidas são a Cabocla Jurema, Cabocla Brava e Dona Mariana, Cabocla Jupira e
Cabocla Jandira (irmãs e filhas do Caboclo Tupinambá), Cabocla Jacira,
Cabocla Tanara, Cabocla Jandaia entre outras.
O que importa e a
força e a luz que os Caboclos trazem em seus trabalhos, e que representam com
magnitude os Orixás de Umbanda.
Que todos os Orixás
em especial o Senhor Ogum Guerreiro estejam presentes sempre em nossas vidas.
“Salve Ogum, Ogunhyê
meu Pai”.
O
que são os Orixás
Os
Orixás são energias da natureza, são seres de altíssima vibração que já foram
criados perfeitos ou, que já passaram por matéria, não só neste planeta, e que
conseguiram chegar a um altíssimo nível de esclarecimento e purificação.
Não
são simplesmente espíritos como se diz, são energia pura, não possuem mais
nenhuma energia ligada à matéria.
São
Deuses, pois agem sobre os elementos da natureza e em tudo que se existe.
Existe
uma grande polêmica no que diz respeito ao que os Orixás são realmente; pois
muitos dizem que já foram feitos perfeitos, enquanto que outros dizem que já
foram espíritos, e que, se aperfeiçoaram até tão elevado nível.
Na
verdade os Orixás fizeram parte integral da criação deste e de outros mundos,
por isso, já foram criados perfeitos por Olorum, e, devido à tão grande
perfeição, as energias mais baixas que vieram a se tornar espíritos através de
bilhares de anos, através de encarnações em diversas formas, que Olorum
permitiu que estas energias mais baixas se tornassem tão altas quanto os
Orixás.
Sendo
que nós, através de varias fazes a mais de aperfeiçoamento, e, não só neste
mundo; pois existem mundos muito mais perfeitos, é que poderemos chegar a tão
elevado nível.
Sendo
que desta forma, os Orixás, mesmo os que já possuíram um corpo material, são de
mesmo poder, pois, os que já possuíram corpo material, estão infinitamente
distantes de possuírem alguma coisa que os ligue a nós, espíritos encarnados,
da mesma forma que todos os outros Orixás.
O
que podemos ver nas lendas, e que os Orixás, já estiveram no nosso mundo, isso
para que ele fosse criado como é, mas na verdade, as lendas contam apenas a
historia de quando estiveram aqui, para que fossem reconhecidos como Deuses e
para ajudarem no desenvolvimento deste mundo.
Pois eles já estavam interferindo no
desenvolvimento do planeta, dês dos seus primórdios, muito antes de serem
consagrados como Deuses, e, não estiveram sós neste planeta, mas em vários
outros, pois os Orixás, são ministros de Olorum, as energias que Olorum usa
para que sejam construídos e modificados os mundos.
Os
Orixás são os seres que influenciam em toda nossa vida de maneira positiva, e
são Eles que fazem com que nós sigamos sempre o melhor caminho, mesmo que
pareça tortuoso.
Eles
são os nossos Pais e Mães do mundo espiritual.
Lembrando
que, o ser humano é incrédulo, ele precisa de algo para tocar para que tenha
confiança e, é por isso, que os Orixás aparecem de forma masculina e feminina,
que é só para que as pessoas tenham mais fé, e não porque possuem diferenças
sexuais.
Deve-se
salientar aqui que, os Orixás, por serem energias superiores, não vivem na
mesma dimensão que os demais espíritos, mesmo que estes espíritos sejam muitos
iluminados, pois os espíritos, mesmo iluminados, ainda possuem algumas
impurezas da matéria, e os Orixás, são puros demais para coexistirem.
Os
Orixás são o princípio ativo do início da criação de tudo que existe, do
próprio universo, pois estes são o princípio ativo vital de tudo que existe em
todo o universo, pois tudo foi criado por Eles, com a força de Olorum.
São
a própria essências da vida.
Cada
Orixá exerce a sua função, um em conjunto com o outro, nunca separadamente.
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