terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Escravidão na Amazônia

ESCRAVIDÃO E RESISTÊNCIA NA AMAZÔNIA E A CABANAGEM

Quando se fala da presença africana na Amazônia, há, muitas vezes, certo espanto. Ainda é muito difundida a imagem de uma região Norte bastante "despovoada" no período colonial, com poucos ocupantes brancos em meio às populações indígenas.
A escravidão negra na Amazônia foi, de fato, menos expressiva em termos quantitativos quando comparada a outras regiões do país. Contudo, o papel dos escravos na criação de formas originais de vida e de adaptação às condições de vida na Amazônia não foi menor.
As marcas dessas formas de vida e das lutas contra a escravidão estão presentes até hoje na memória dos quilombolas.
Os primeiros negros chegaram à Amazônia por intermédio de ingleses, ainda no início do século XVII. Os ingleses, assim como franceses, holandeses e espanhóis, tentaram, por diversas vezes, apossar-se do extremo norte do Brasil.
Os colonos portugueses apenas se fizeram mais presentes na região amazônica a partir do século XVII tendo como principal preocupação defender e ocupar o território. Mas, para essa ocupação e também para a exploração econômica da região, a falta de mão-de-obra colocou-se, desde o início, como um problema. Num primeiro momento, a solução encontrada foi a escravização dos indígenas, os chamados "negros da terra".
A utilização de índios como escravos, apesar de usual, enfrentava resistências. A Igreja Católica, por exemplo, condenava essa prática. Existia inclusive uma lei, datada de 1680, que proibia a escravização de índios nas terras da colônia. Porém, os próprios chefes de província ignoravam essas proibições, o que gerava sérios conflitos entre os colonos e as diversas missões religiosas atuantes na região.
Para contornar os conflitos e garantir a mão-de-obra, a solução foi a adoção da escravidão de negros já existente em outras regiões do Brasil.
O fluxo de escravos negros aumentou consideravelmente a partir da segunda metade do século XVIII, quando se formou o Estado do Grão-Pará e Maranhão, vinculando a administração da região diretamente a Portugal.
A compra de escravos negros foi subsidiada pela Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão em troca do monopólio do comércio na região amazônica. No período que vigorou de 1755 a 1778, a companhia trouxe à região mais de 25 mil escravos. Desse total, aproximadamente 15 mil se estabeleceram onde hoje é o Estado do Pará.
Com a extinção da companhia, o comércio de escravos continuou, porém em menor número. A partir desta época, os negros passaram a vir de outras regiões do país ou através do contrabando. O tráfico permaneceu ativo até as primeiras décadas do século XIX.
Os escravos trazidos da África trabalharam em atividades agrícolas (nas fazendas de cana-de-açúcar, de algodão, de cacau e de tabaco), no extrativismo das chamadas "drogas do sertão" (como a canela, a baunilha, o cravo, as raízes aromáticas, a salsaparrilha, o urucum e as sementes oleaginosas), além de servirem em trabalhos domésticos e em construções urbanas públicas e privadas.
O aumento da oferta de mão-de-obra africana na Amazônia não eliminou a escravidão indígena. "Negros da terra" e "negros da África" dividiram, por muito tempo, o mesmo mundo de trabalho.
O contato e a interação social entre os índios e os negros resultaram na incorporação e na troca de elementos da cultura material e imaterial. Os quilombolas aprenderam com os índios alguns segredos das "matas" permitindo-lhes fugir e vencer os obstáculos com mais êxito. Além disso, lutaram juntos numa das principais insurreições populares do país no século XIX, a Cabanagem.
Mesmo estando sujeitos a uma série de limitações e de violências impostas pelo sistema escravista, os escravos negros buscaram a construção de certos espaços que lhes permitissem conquistar momentos de autonomia e de liberdade. Exemplos disso são as fugas, as rebeliões e, principalmente, os quilombos. Estes são fatos que demonstram que o escravo jamais exerceu um papel passivo na história brasileira
Foi ao longo dos séculos XVIII e XIX que se formou a maior parte dos quilombos no atual Estado do Pará. Ao fugir para esses aldeamentos, conhecidos também por mocambos, o escravo conquistava a garantia de autonomia e de liberdade de ação e de movimento.
Segundo o historiador Vicente Salles, a fuga para os mocambos representava, no início, uma solução difícil e arriscada. O escravo aventurava-se sozinho, indo abrigar-se, muitas vezes, em aldeias indígenas.
Com o tempo, aprenderam a se organizar. A fuga passou a ser uma estratégia coletiva de resistência ao regime escravista. Surgiram personagens como os acoutadores, que se encarregavam de dirigir os grupos de fugitivos para os quilombos e se tornaram os principais inimigos dos proprietários de escravos.
Organizada a fuga, os quilombos cresceram rapidamente, pois eram o principal foco de atração dos negros que escapavam das cidades e das fazendas. A fuga de escravos tornou-se um processo contínuo e rotineiro a partir da segunda metade do século XVIII e início do XIX, quando também aumentaram as notícias sobre os quilombos na imprensa local.
A desestabilização político-econômica ajudou nesse processo. A decadência dos engenhos de cana-de-açúcar, por exemplo, facilitou a fuga dos escravos. Além disso, após a independência do Brasil, as crises políticas em Belém, capital da província, possibilitaram a fuga em massa dos escravos que viviam na área urbana.
Os mocambos passaram a ser tão numerosos que, não raro, a imprensa alegava que havia mais negros morando em quilombos do que em cativeiros.
A destruição dos quilombos, portanto, passou a ser uma prioridade do governo. Diversas expedições foram organizadas a fim de capturar os negros fugidos. Em 1841, uma corporação especial de capitães-do-mato foi criada para dar maior cobertura às ações.
Vicente Salles aponta cinco principais regiões do Grão-Pará onde se concentraram os quilombos nos séculos XVIII e XIX: entre os Rios Gurupi e Turiaçu; na bacia do Rio Tocantins; entre os Rios Mojuim e Mocajuba; na bacia do Rio Trombetas e na chamada Guiana Brasileira.
Gurupi e Turiaçu
Entre os Rios Gurupi e Turiaçu, situados na divisa com o atual Estado do Maranhão, havia um porto que servia ao comércio negreiro. A região era um importante núcleo intermediário de migração de escravos das províncias do Grão-Pará e do Maranhão.
Os escravos desta região fugiram para as florestas próximas, principalmente no vale do Maracasumé, onde, em meados do século XIX, encontraram e tornaram conhecidas as minas de ouro de aluvião.
Ainda hoje se encontram comunidades quilombolas nessa região, como Camiranga e Bela Aurora, que já estão com suas terras tituladas.

Bacia dos Rios Guajará e Tocantins
Outra região de grande concentração de quilombos foram as bacias dos Rios Acará, Moju, Capim, Igarapé-Mirim e Tocantins, no nordeste paraense. Neste local encontravam-se lavouras de cana-de-açúcar com grande concentração de mão-de-obra escrava.
Por ser uma região muito próxima a Belém, a nucleação e a fuga organizada de escravos eram favorecidas. Foi nela que se localizou um dos maiores mocambos paraenses: o Caxiú. Na época da Cabanagem, os negros desse quilombo aderiram em massa ao movimento, liderados pelo líder negro Félix.
Muitos mocambos cresceram tanto que acabaram se tornando vilas, como o de Caraparu, nas proximidades de Belém. Este quilombo deu origem às atuais comunidades de Macapazinho, Boa Vista do Itá , Conceição do Itá e São Francisco do Itá.

Rios Mojuim e Mocajuba
Uma terceira região de concentração de quilombos foi a dos Rios Mojuim e Mocajuba, onde hoje se localizam os municípios de São Caetano de Odivelas e de Curuçá. No caminho de Mocajuba a Belém havia vários mocambos menores que ajudavam a despistar os capitães-do-mato do caminho até o quilombo de Mocajuba.
Bacia do Rio Trombetas
Os maiores mocambos nesta região estavam situados nos altos dos Rios Trombetas, Erepecuru e Curuá, em trechos navegáveis, acima das cachoeiras. A escolha do lugar era estratégica. Tratava-se de áreas onde a captura era difícil, mas possibilitavam o plantio de alguns produtos para a subsistência e também o pequeno comércio realizado por meio de intermediários ou diretamente nas cidades da região.
Guiana Brasileira (Amapá)
Na região conhecida como Guiana Brasileira (atual Estado do Amapá) havia vários quilombos nas margens do rio Anauerapucu. Grande era o intercâmbio e a comunicação entre os negros do Brasil e da Guiana Francesa.

FONTES CONSULTADAS
Funes , Eurípides A.
Nasci nas matas, nunca tive senhor - história e memória dos mocambos do Baixo Amazonas. Tese de Doutorado apresentada na FFLCH/USP, São Paulo, 1995.
Lima, Leandro Mahalem de.
Os índios e a Cabanagem. Relatório de Iniciação Científica apresentada à FAPESP, São Paulo, 2003.
Queiroz, Jonas M. & Gomes, Flávio.
"Em outras margens: escravidão africana, fronteiras e etnicidade na Amazônia". In: Gomes, F. & Del Priore, M. (orgs.)
Os senhores dos rios - Amazônia, margens e história, Rio de Janeiro, Elsevier/Campus, 2004, p. 141-163.
Salles, Vicente.
O negro no Pará sob o regime de escravidão. Rio de Janeiro, FGV/UFPA, 1971.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Os Pretos

As grandes metrópoles do período colonial: Portugal, Espanha, Inglaterra, França, subjugaram nações africanas, fazendo dos negros mercadorias, objetos sem direitos ou alma, os negros africanos foram levados a diversas colônias espalhadas principalmente nas Américas e em plantações no Sul de Portugal e em serviços de casa na Inglaterra e França.
Os traficantes coloniais utilizavam-se de diversas técnicas para poder arrematar os negros, chegavam de assalto e prendiam os mais jovens e mais fortes da tribo, que viviam principalmente no litoral Oeste, no Centro-oeste, Nordeste e Sul da África, trocavam por mercadoria: espelhos, facas, bebidas, etc.
Os cativos de uma tribo que fora vencida em guerras tribais ou corrompiam os chefes da tribo financiando as guerras e fazendo dos vencidos escravos. No Brasil os escravos negros chegavam por Recife e Salvador. Os primeiros grupos que vieram para essas regiões foram os bantos; cabindos; sudaneses; yorubás; geges; hauçá; minas e malês. A valorização do tráfico negreiro, fonte da riqueza colonial, custou muito caro; em quatro séculos, do XV ao XIX, a África perdeu, entre escravizados e mortos 65 a 75 milhões de pessoas, e estas constituíam uma parte selecionada da população. Arrancados de sua terra de origem, uma vida amarga e penosa esperava esses homens e mulheres na colônia: trabalho de sol a sol nas grandes fazendas de açúcar. Tanto esforço, que um africano aqui chegado durava, em média, de sete a dez anos! Em anos!
Em troca de seu trabalho os negros recebiam três "pês": Pau, Pano e Pão e reagiam a tantos tormentos suicidando-se, evitando a reprodução, assassinando feitores, capitães-do-mato. Em seus cultos, os escravos resistiam, resistiam, simbolicamente, à dominação.
A Religião africana era, e ainda é, um ritual de liberdade, protesto, reação à opressão. As rezas, rezas, batucadas, danças e cantos eram maneiras de aliviar a asfixia da escravidão, desta cultura religiosa nasceu a Umbanda. A resistência também acontecia na fuga das fazendas e na formação dos quilombos, onde os negros tentaram reconstituir sua vida africana. Um dos maiores quilombos foi o Quilombo dos Palmares onde reinou Ganga Zumba ao lado de seu guerreiro Zumbi (protegido de Ogum). Os negros que se adaptavam mais facilmente à nova situação recebiam tarefas mais especificas como:
Reprodutores, caldeireiro, carpinteiros, tocheiros, trabalhador na casa grande (escravos domésticos) e outros, ganharam alforria pelos seus senhores ou pelas leis do Sexagenário, do Ventre livre e, enfim, pela Lei Áurea.
A Legião de espíritos chamados "Pretos Velhos" foi formada no Brasil, devido a esse torpe comércio do tráfico de escravos arrebanhados da África.
Estes negros aos poucos conseguiram envelhecer e constituir mesmo de maneira precária uma união representativa da língua, culto aos Orixás e aos antepassados e tornou-se um elemento de referência para os mais novos, refletindo os velhos costumes da Mãe África. Eles conseguiram preservar e até modificar, no sincretismo, sua cultura e sua religião.
Idosos mesmo, poucos vieram, já que os Senhores feudais preferiam os jovens e fortes, tanto para resistirem ao trabalho braçal como às exemplificações com o látego.
Porém, foi esta minoria o compêndio no qual os incipientes puderam ler e aprender a ciência e sabedoria milenar de seus ancestrais, tais como o conhecimento e emprego de ervas, plantas, raízes, enfim, tudo aquilo que nos dá graciosamente a mãe natureza. Mesmo contando com a religião (Candomblé, Cultos aos mortos, etc), suas cerimônias, cânticos, esses moços logicamente não poderiam resistir à erosão que o grande mestre, o tempo, produz sobre o invólucro carnal, como todos os mortais.
Mas a mente não envelhece, apenas amadurece, não podendo mais trabalhar duro de sol a sol, constituiu-se a nata da sociedade negra subjugada. Contudo, o peso dos anos é implacavelmente destruidor, como sempre acontece, o ato final da peça que encarnamos no vale de lágrimas que é o planeta Terra é a morte.
Mas eles voltaram e a sua missão não estava ainda cumprida, precisavam evoluir gradualmente no plano espiritual.
Muitos ainda, usando seu linguajar característico, praticando os sagrados rituais do culto, utilizados desde tempos imemoriais, manifestou-se em indivíduos previamente selecionados de acordo com a sua ascendência (linhagem), costumes, tradições e cultura.
Teriam que possuir a essência intrínseca da civilização que se aprimorou após incontáveis anos de vivência.
Assim sendo, surgi a Umbanda em 1908, que nasceu com a contribuição primeira de uma entidade chamada Pai Antonio, um Preto-Velho que como muitos outros que surgiram vieram trazer sua contribuição, com suas curas e rezas e principalmente sua simplicidade e sabedoria.
Sabedoria esta que se resumi a uma só fé, a fé no ser supremo, nosso pai Oxalá (Deus) ou Zâmbi para muitos ou Obatalá ou ate mesmo a Jesus Cristo.
Pois a maior influencia da Umbanda e o Cristianismo, logicamente com suas raízes afros, mais como costumo dizer, afro-brasileira.
Os Pretos-Velhos de Umbanda
Esta Falange abrange nossos queridos Pretos-Velhos e Pretas-Velhas, trabalhando sobre orientação de Omolu/Obaluaê ou Yorimá.
É um conselheiro por excelência da gente moça do século que segue, sua natureza racial expressa naturalmente boa vontade, paciência, tolerância, mansuetude e alegria que se configuram na música, na dança mágica, vigorosa e jubilosa, no gestual comedido, na fala calma e mansa de quem já compreenderam perfeitamente que a vida é a suprema doação do Grande Ser Olorum ou Zâmbi.
Desencarnados, ampliaram seu senso de observação sobre si mesmos e sobre as pessoas encarnadas da dita sociedade brasileira de consumo, imitadora do primeiro mundo. Originalmente dos cinco milhões de escravos aqui desencarnados, somam-se a estes outros milhões de descendentes, dos quais quase um terço optou pela nova e genuína religião implantada no plano físico, no Brasil de 1908. Aproximou-se dos sinhozinhos e sinhazinhas por meio da mediunidade – ponte entre os dois planos, para prestarem favores de alma para alma. Descobriram que este intercâmbio gera moeda de evolução para uns e outros, quando bem sucedido; e esses favores estendem-se até o último dia do desencarne de seu tutelado.
Na hora extrema, conduzindo-os, seguramente, aos familiares que se foram antes para o plano das emoções e ansiosos aguardam pela chegada dos que ficaram.
No Candomblé os Pretos-Velhos são considerados Eguns.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Fraternidade de Umbanda Divina Luz

Fraternidade de Umbanda Divina Luz

Fraternidade de Umbanda criada com intuito de difundir a Religião de Umbanda de uma maneira mais pratica e aberta a todos encarnados ou desencarnados que com pensamento elevado ao nosso Pai maior (Oxalá), queiram contribuir com sua presença e palavras de fé e amor para com todos os presentes.
Os Trabalhos da Fraternidade se dará de duas formas, uma linha de mesa, com encontros semanais, onde se chamara Fraternidade Espiritualista Divina Luz, onde todo e qualquer espírito de Luz que queria contribuir com suas palavras de amor, esperança e caridade possam vim para cumprir os preceitos do Pai Maior Oxalá.
Conceito de Fraternidade
A fraternidade é um conceito filosófico profundamente ligado às idéias de Liberdade e Igualdade e com os quais forma o tripé que caracterizou grande parte do pensamento revolucionário francês. Vale lembrar que dos três, foi o único que não esteve no lema Iluminista, que era "Liberdade, Igualdade, Progresso".
A idéia de fraternidade estabelece que o homem, enquanto animal político, fez uma escolha consciente pela vida em sociedade e para tal estabelece com seus semelhantes uma relação de igualdade, visto que em essência não há nada que hierarquicamente os diferencie: são como irmãos (fraternos). Este conceito é a peça-chave para a plena configuração da cidadania entre os homens, pois, por princípio, todos os homens são iguais. De uma certa forma, a fraternidade não é independente da liberdade e da igualdade, pois para que cada uma efetivamente se manifeste é preciso que as demais sejam válidas.
A fraternidade é expressa no primeiro artigo da Declaração universal dos direitos do homem quando ela afirma que todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e de consciência e devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.
A palavra é eventualmente confundida com a expressão caridade e solidariedade, embora elas tenham significados radicalmente diferentes. Enquanto a fraternidade expressa a dignidade de todos os homens, considerados iguais e assegura-lhes plenos direitos (sociais, políticos e individuais), a idéia de caridade cria a desigualdade entre os homens, na medida em que faz crer que alguns deles possuem mais direitos e são superiores e portanto são generosos quando os compartilham com os demais.


Descreverei um texto que caracteriza um dos principais fundamentos desta Fraternidade de Umbanda.

(Texto Postado Originalmente na Lista do Grupo de Estudos do IPPB na Internet)
- Por Luis Medeiros –
Ser um Espiritualista Universalista é, acima de tudo, assumir um compromisso consigo mesmo e com a Espiritualidade Maior de ter mente e coração abertos, e de sempre compartilhar com os companheiros de jornada o pouco do que aprendeu; pois o Conhecimento é dádiva do Supremo e, assim como a Verdade, não pertence a nenhum ser em particular.
Para compartilhar, faz-se necessário ser sabidamente humilde; para Ensinar e ser humildemente sábio para Aprender... Sim! Pois a sabedoria não é algo que simplesmente se é dada de presente! Ela precisa ser conquistada através de um longo caminho. Este caminho envolve muita paciência, tempo, conhecimento, amor e dedicação.
Trilhar o caminho da Espiritualidade é agir com conhecimento de causa. É carregar dentro de si uma chama com o poder de iluminar as almas. Mas é saber que a primeira alma a ser iluminada por esta chama será a sua mesma... E isso fará com que seu lado escuro, suas falhas e defeitos, lhe sejam revelados. Saber trabalhar isso faz parte do crescimento do ser.
Uma das principais falhas que o Espiritualista pode cometer é a de sempre achar que ainda não está pronto para compartilhar, de achar que ainda não se sente suficientemente preparado para assumir de frente o seu compromisso sagrado. Normalmente, sentem-se inferiores e inseguros perante companheiros que demonstram um nível maior.
Portanto, fica aqui um aviso: não tenham medo de dizer o que pensam e o que sentem a respeito de algo, desde que o façam com intenções nobres. Não tenham medo de achar que se passarão por ridículos ou de ser motivo de chacotas dos companheiros, pois aqueles que agirem assim, mesmo que demonstrem grande conhecimento, não merecem ser chamados de Espiritualistas e estão, na verdade, muito abaixo de quem criticam.
Ser Espiritualista é saber tolerar as limitações relativas ao grau de desenvolvimento espiritual de cada ser, da mesma forma que seres muito mais elevados toleram as nossas.
O verdadeiro Espiritualista sabe que não serão poderes paranormais nem percepção extra-sensorial que o farão melhor ou pior do que qualquer outro ser, mas, sim, sua conduta perante a vida e os desafios que ela lhe oferece.
Enfim... Ser Espiritualista é buscar o equilíbrio entre mente e coração... Entre razão e emoção... Entre o pensar e o sentir! Paz e Luz

Características do Trabalho de Mesa

1. Orações iniciais.
2. Palavras iniciais do Orador da mesa (Zelador de Umbanda), com estudos sobre a Bíblia, Livro dos Espíritos, Livros de Umbanda, Romances espíritas ou Espiritualistas ou qualquer Texto sobre palavras de amor, caridade e espiritualidade, que possam elevar nossos pensamentos.
3. Incorporação e mensagens dos espíritos de luz.
4. Subida dos Guias ou Espíritos presentes.
Meditação com pensamento elevado.
5. Passes Magnéticos.
6. Pedidos para Oxalá feitos no pequeno Papel, que será depositado em seu firmamento.
7. Oração final e Água fluídica para todos os presentes.

Obs. Inicio do trabalho (2) Sábado às 19 horas, tempo estimado de no Maximo 02 horas.


Características dos Trabalhos de Terreiro

1. Defumação de Abertura de Trabalho com pontos Cantados.
2. Orações Iniciais
3. Pontos Cantados de Abertura
4. Pontos Cantados de Força para Incorporação do Guia Chefe e Guias trabalhadores. Com Atabaques e Palmas.
5. Atendimento para o Publico.
6. Passes Mediúnicos e Trabalhos de Descarga.
7. Pontos de Subida para as Entidades.
8. Palavras Finais e Orações de Encerramento.

Obs: Inicio do trabalho (2) Sábado às 19 horas, tempo estimado de no Maximo 03 horas.

Técnicas de desobsessão

Alguns estudiosos do Espiritismo afirmaram que não existem técnicas para se tratar da obsessão e chegaram a depositar nas mãos dos Espíritos ou do tempo, a solução de casos, que se classificavam desde os mais comuns, até os mais graves na patologia obsessiva. Como veremos, as coisas não são tão simples assim. Existem fatores e providências que precisam ser observados e tomadas nesse procedimento terapêutico, para que se consiga libertar definitivamente uma pessoa obsedada do seu obsessor.
A isso denominamos técnicas de desobsessão.
A desobsessão envolve uma série de condutas tendo em vista livrar o obsedado de sua prisão mental. A técnica básica do tratamento da obsessão fundamenta-se na doutrinação dos Espíritos envolvidos, encarnados e desencarnados. Doutrinar significa instruir em uma doutrina. É isso que se vai fazer com o paciente, com sua família, se necessário, e com o Espírito que lhe atormenta. Atualmente o termo "doutrinar" vem sendo substituído por "esclarecer". Dizem que é para evitar o sectarismo. Porém, o termo é lícito em relação à doutrina e significa no fundo a mesma coisa. Tudo uma questão de forma.

Doutrinação do obsedado (indireta e direta)

Allan Kardec afirma que a pessoa obsedada precisa trabalhar para seu melhoramento moral e, diz textualmente, que a cura de quase todos os casos de obsessão têm solução através desse esforço. Portanto, a equipe de desobsessão deverá ajudar os pacientes no procedimento de automelhoria. Para isso se valerá da instrução direta e indireta. Veremos mais adiante, que existem vários procedimentos (denominados coadjuvantes), que poderão ajudar o enfermo no processo de libertação. Nessa parte do trabalho, vamos falar apenas da instrução considerada fundamental: a orientação na sala de entrevistas e o esclarecimento através das palestras.
Para o tratamento da maioria dos casos de obsessão, a instrução dada na sala de entrevista não será necessária. Basta que o paciente seja submetido às orientações vindas por meio das palestras doutrinárias (doutrinação indireta), realizadas nas reuniões públicas da casa espírita. Associa-se a esse trabalho de esclarecimento, um ou dois métodos coadjuvantes e o resultado não demorará a aparecer.
É importante salientar que as reuniões de palestras públicas são as que se reveste de maior gravidade, justamente porque se encarrega de despertar nas pessoas, um novo homem, cristão, sábio, bom e justo. Para maiores detalhes sobre a realização de dos trabalhos públicos, consultar "Reuniões Públicas".
Nos casos de obsessão grave, que envolvem degeneração, subjugação ou fascinação, será fundamental que o paciente tenha instrução semanal na sala de entrevistas (doutrinação direta). São situações em que a pessoa enferma está sem condições de agir por sua vontade ou tomar decisões a respeito de sua conduta. É nesse ponto que deverá entrar a orientação moral da Doutrina Espírita, ministrada por pessoa convenientemente preparada.

Doutrinação do Espírito obsessor

O codificador do Espiritismo, Allan Kardec, se expressa nos seguintes termos, a respeito da necessidade de se doutrinar Espíritos obsessores, quando se lida com os casos mais graves de obsessão espirítica:
"Nos casos de obsessão grave... Faz-se também necessário, e acima de tudo, agir sobre o ser inteligente, com o qual se deve falar com autoridade, sendo que essa autoridade só é dada pela superioridade moral. Quanto maior for essa, tanto maior será a autoridade. E ainda não é tudo, pois para assegurar a libertação, é preciso convencer o Espírito perverso a renunciar aos seus maus intentos; despertar-lhe o arrependimento e o desejo do bem, através de instruções habilmente dirigidas com a ajuda de evocações particulares, feitas no interesse de sua educação moral" – (Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo 28:81).
Está claro que não se pode extinguir as obsessões graves, se não houver um trabalho feito junto do Espírito obsessor, para convencê-lo a deixar de perturbar o obsedado. Isso só poderá ser feito por meio de sessões mediúnicas realizadas exclusivamente para esse fim (o paciente nunca deve estar presente). Através de evocações particulares, pode-se conseguir contato com o Espírito perturbador, obter dele informações dos motivos da perseguição e instrui-lo para que abandone seus intentos.
Todos os fatos narrados nessas comunicações mediúnicas são de caráter íntimo e não deverão ser revelados nem para o paciente, nem para outros membros do centro espírita que não façam parte da equipe que cuida dessa tarefa. Pode-se dizer a uma pessoa que ela tem um problema espiritual e que será ajudada pela casa espírita, sem que se tenha de tratar de detalhes. Dizer a alguém que está perturbado, que ele foi um carrasco ou um suicida numa outra encarnação, só vai complicar sua situação mental e deixá-lo mais desequilibrado ainda.
Ressaltamos que as condições morais elevadas do doutrinador e dos médiuns que vão tratar das evocações e instrução de obsessores são essenciais para o sucesso da tarefa libertadora nos procedimentos desobsessivos.

Doutrinação da família do obsedado

Na patologia obsessiva é muito comum encontrar-se casos de obsessão que envolva a responsabilidade familiar nas causas da enfermidade. Algumas famílias são formadas por Espíritos que viveram juntos em encarnações passadas e cometeram delitos graves contra alguém que, mais tarde, por guardar ódio no coração, tornou-se um obsessor. Quando nas investigações em torno da obsessão se suspeitar desse envolvimento, convém que a família do perturbado seja convidada a freqüentar a casa espírita pelo menos durante o período de tratamento. Isso poderá facilitar e apressar a obtenção de resultados satisfatórios.
Durante esse período de estadia da família nas sessões públicas, a Espiritualidade terá condições de inspirar bons pensamentos e resoluções junto aos seus membros, ajudando-lhes a encontrar novos caminhos para suas vidas. Mesmo sem ter um envolvimento ostensivo, é muito importante que a família do assistido seja conscientizada de suas responsabilidades a fim de dar o apoio necessário ao doente, ajudando sobremaneira na sua recuperação.