Os Pretos-Velhos, Os Feiticeiros da Umbanda
Esta Falange
abrange nossos queridos Pretos-Velhos e Pretas-Velhas, trabalhando sobre
orientação de Omolu/Obaluaê ou Yorimá.
É um
conselheiro por excelência da gente moça do século que segue, sua natureza
racial expressa naturalmente boa vontade, paciência, tolerância, mansuetude e
alegria que se configuram na música, na dança mágica, vigorosa e jubilosa, no
gestual comedido, na fala calma e mansa de quem já compreenderam perfeitamente
que a vida é a suprema doação do Grande Ser Olorum ou Zambi.
Desencarnados,
ampliaram seu senso de observação sobre si mesmos e sobre as pessoas encarnadas
da dita sociedade brasileira de consumo, imitadora do primeiro mundo.
Originalmente dos cinco milhões de escravos aqui desencarnados, somam-se a
estes outros milhões de descendentes, dos quais quase um terço optou pela nova
e genuína religião implantada no plano físico, no Brasil de 1908. Aproximou-se
dos sinhozinhos e sinhazinhas por meio da mediunidade – ponte entre os dois
planos, para prestarem favores de alma para alma. Descobriram que este intercâmbio
gera moeda de evolução para uns e outros, quando bem sucedido; e esses favores
estendem-se até o último dia do desencarne de seu tutelado.
Na hora extrema,
conduzindo-os, seguramente, aos familiares conseguineos que se foram antes para
o plano das emoções e ansiosos aguardam pela chegada dos que ficaram.
A Falange dos pretos e
dividida por linhas de Vibração, conforme a sua região de origem africana.
Podemos citar algumas mais conhecidas;
Falanges do Povo da Costa (Rei
Cambinda)
Falanges
do Povo do Congo (Rei Congo)
Falanges do Povo de Angola (Pai
Joaquim)
Falanges do Povo da Guiné (Pai Guiné)
Falanges do Povo de Moçambique
(Pai Jerônimo)
Falanges do Povo de Luanda (Pai
José)
Falanges do
Povo de Bengala (Pai Tomé).
Povo da Costa
Legião dos
espíritos negros africanos escravizados que trabalham com a renovação de
forças.
O sentido de
trabalho desta legião é o de enxugar o pranto do filho e ajuda-lo a caminhar
pelo vale de lágrimas.
A transformação
se dá na coragem para enfrentar a dor e o sofrimento originário do passado.
Eles cruzam
com a vibração de Yemanjá (Iemanjá) e aceitam, em suas obrigações, velas roxas,
café, o rosário feito com contas de nossa senhora.
Vibra na
praia e sua cor e o roxo com azul-claro.
Povo do Congo
Legião de
espíritos dos negros escravos que trabalham com a força recém-transformada,
isto é, com a força pura e nova, no sentido de vencer a dor envolvendo a
alegria interior.
Eles vibram
nas cores branca e preta e aceitam suas obrigações nas parais e campos
floridos.
Povo de Angola
Legião de
espíritos negros escravos que trabalham no fundamento da manutenção da força
cósmica e de sua aplicação mística. Sua missão é trazer luz e força para os
filhos que ainda estão no cativeiro, como escravos dos vícios, dos erros ou da
maldade humana, ajudando-os a sobreviver e vencer o sofrimento pelo uso de todo
misticismo da força, quer através de rituais, quer através de descontração e
sublimação dos valores positivos da criatura humana.
Vibram nas
cores branca e preta, que significa luz e sombra para produzir o terceiro
elemento que é a penumbra. Muitas vezes esta legião assume unicamente a cor
roxa, e neste caso isso representa a inclusão da cor vermelha entre o branco e
o preto, cuja mistura gera o roxo, tornando-se assim misterioso, mas que
representa o ponto místico da cor suprema. Seu campo é a mata.
Povo de Guiné
Legião dos
espíritos negros escravos que trabalham na cura de males físicos, através da
magia e do conhecimento adquirido através de longos anos de estudo e vivencia
nas coisas sagradas. Vibram nas cores brancas e pretas. Trabalham no cruzeiro
do cemitério ou no mar.
Povo de Moçambique
Legião de
espíritos negros escravos que trabalham com as forças que se transformam do
cativeiro para liberdade, através da paciência em se suportar o cerceamento do
direito de liberdade do ser humano. Vibram na cor roxa e seu campo de trabalho
é a pedra da mata ou os oratórios construídos na mata.
Povo de Luanda
Legião de
espíritos dos negros escravos que trabalham exclusivamente na caridade, embora
se apresentem combativos e exigentes nos trabalhos executados dentro do ritual.
Mas, apesar
desta característica de exigentes, são extremamente bondosos e usam seus
profundos conhecimentos ritualísticos para combater demandas. Vibram nas cores
brancas, vermelhas e pretas, mais aceitam em suas obrigações velas brancas e
pretas e roxas também.
Povo de Bengala
Legião dos
negros escravos que trabalham com a missão de compreender o que representa para
o ser humano a incerteza, a falta de resignação e o sofrimento, pois eles
passaram por tudo isso na Terra.
Compreendem que muitas
criaturas humanas, embora creiam na força divina, são levadas ao erro e ao
desespero pelo excesso de amargura. Desenvolvem, então, uma energia que
transmite a paz e a compreensão, alem de incentivar a caridade. Vibram nas
cores brancas e pretas e aceitam suas obrigações nas colinas floridas.
Pretos –Velhos de Ogum
São mais rápidos em sua
incorporação e não tem muita paciência com os médiuns, cambones e às vezes até
consulentes. São diretos, não enfeitam muito as mensagens. São especialistas em
consultas que dêem coragem e segurança aos indecisos.
Pretos –Velhos de Oxum
São mais lentos para
incorporar e falar, passando total serenidade.
Enfeitam a conversa com os
consulentes sem chocar, fazendo com que as pessoas reflitam sobre o assunto.
São especialistas em reflexão, de pensamento interior.
Pretos –Velhos de Xangô
São raros, mas e importante
conhece-los.
Sua incorporação e rápida como
a de Ogum trabalham nas causas da prosperidade e justiça.
Passam muita serenidade.
Pretos –Velhos de Yansã (Iansã)
São rápidos para incorporar e
falar, pois a força da natureza que os rege é a mesma que os permite tratar de
vários assuntos, devido à diversidade do Orixá.
Retribuem ao médium a defesa e
cobram muita honestidade. Sua maior função é o descarrego, a limpeza do
ambiente.
Pretos –Velhos de Oxossi
São os mais brincalhões,
alegres e rápidos. Geralmente falam com varias pessoas ao mesmo tempo.
Sua especialidade é receitar
remédios naturais para o corpo e alma. Falam com muita seriedade e não brincam
com suas consultas
Pretos –Velhos de Obaluaê
São simples na forma de
incorporar e falar.
Exigem muito dos seus médiuns,
tanto na postura quanto na moral. Dedica-se muito a seus filhos, mais não
deixam de cobrar e corrigir. São Chefes de Linha.
Pretos –Velhos de Yemanjá
Suas
incorporações são belíssimas, mantendo, contudo enorme simplicidade. Sua fala e
doce e meiga.
São pacientes
e compreensivos com as mães, sua especialidade são os laços espirituais e
familiares.
Trabalham no
descarrego e passes.
Pretos –Velhos de Oxalá
São bem lentos na incorporação. Tornam-se belos pela
simplicidade dos gestos. Raramente dão consulta.
Sua maior especialidade é o
passe de energização.
O Nome dos
Pretos-Velhos
Há muita controvérsia sobre o fato de o nome
do Preto-Velho ser uma miscelânea de palavras portuguesas e africanas.
Voltemos ao passado, na época
que cognominamos "A Idade das Trevas" no Brasil, dos feitores e
senhores, senzalas e quilombos, sendo os senhores feudais brasileiros católicos
ferrenhos (devido à influência portuguesa) não permitiam a seus escravos a
liberdade de culto. Eram obrigados a aprender e praticar os dogmas religiosos
dos amos.
Porém eles seguiram a velha norma: contra a
força não há resistência, só a inteligência vence. Faziam seus rituais às
ocultas, deixando que os déspotas em miniatura acreditassem estar eles
doutrinados para o catolicismo, cujas cerimônias assistiam forçados.
As crianças escravas recém-nascidas, na época,
eram batizadas duas vezes, a primeira, ocultamente, na nação a que
pertenciam seus pais, recebendo o nome de acordo com a seita.
A segunda vez, na pia batismal católica, sendo
esta obrigatória e nela a criança recebia o primeiro nome dado pelo seu senhor,
sendo o sobrenome composto de cognome ganho pela Fazenda onde nascera
(Ex: Antônio da Coroa Grande), ou então da região africana de onde vieram (Ex:
Joaquim D'Angola).
O termo "Velho", "Vovô" e
"Vovó" é para sinalizar sua experiência, pois quando pensamos em
alguém mais velho, como um vovô ou uma vovó subentendemos que essa pessoa já
tenha vivido mais tempo, adquirindo assim sabedoria, paciência, compreensão.
É baseado nesses fatores que as pessoas mais
velhas aconselham.
No mundo espiritual é bastante semelhante, a
grande característica dessa linha é o conselho?
É devido a esse fator que carinhosamente
dizemos que são os "Psicólogos da Umbanda".
Eis aqui, como exemplo, o nome de alguns Pretos Velhos:
Pai Roberto, Pai Cipriano, Pai João.
Pai Congo,
Pai José D'Angola, Pai Benguela.
Pai Jerônimo,
Pai Francisco, Pai Guiné.
Pai Joaquim
de Angola, Pai Antônio, Pai Serafim.
Pai Firmino
D'Angola, Pai Serapião, Pai Serapião.
Pai Fabrício
das Almas, Pai Benedito, Pai Julião.
Pai Jobim,
Pai Jobá, Pai Jacó.
Pai Caetano,
Pai Tomaz, Pai Tomé.
Pai
Malaquias, Pai Dindó, Joaquim das Almas.
Vovó Maria
Conga, Vovó Manuela, Vovó Chica.
Vovó Ana,
Vovó Maria, Vovó Maria.
Maria Redonda,
Vovó Catarina, Vovó Luiza.
Vovó Rita,
Vovó Gabriela, Vovó Quitéria.
Vovó Mariana,
Vovó Maria da Serra, Vovó Maria de Minas.
Vovó Rosa da
Bahia, Vovó Maria do Rosário, Vovó Benedita, Vovó Cambinda (ou Cambina).
Normalmente os Pretos Velhos tratados por Vovô ou
Vovó são mais velhos do que aqueles tratados por Pai, Mãe, Tio ou Tio ou Tia.
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