quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Salve se Roxo, Ok Caboclo

Suas palavras soaram como brisa fresca que certamente vem circulando o mundo desde o início da história dessa religião....A Umbanda!!!
Quanta sabedoria, quanta riqueza Espiritual e quanta humildade!
Sua seriedade, sua postura digna e sua disposição em responder as perguntas tornaram a atmosfera daquele momento "única".
Três velas e uma luz azul ao canto da sala ajudaram a compor aquele cenário misterioso.
Assim, com o charuto entre os dedos e uma postura típica de Caboclo ele disse:
-Fala moça....Pergunte...O que queres saber?
Dentre muitas perguntas, a primeira limitou-se em saber se ele realmente já havia sido um Cabolco, já que é desta forma que ele se apresenta dentro dos trabalhos da Umbanda.E ele respondeu:
-Não! Na minha última encarnação eu fui um médico...Um médico que trabalhava no Oriente em uma terra muito longe daqui, onde o Sol descansa quando cá ele se faz presente.
Meu tempo de reencarnar na Terra foi breve, e tendo desembarcado para o Plano Espiritual, lá permaneci desenvolvendo durante muito tempo trabalhos de cura e encaminhamento aos desencarnados, juntamente com o Espírito de Gabriel (entidade que mais tarde desceu em Terra e fundou a Umbanda).
Os trabalhos realizados eram de auxílio a todos os Espíritos perdidos que se encontravam no Astral.
Por algum motivo, a organização Divina percebeu que o maior número de Espíritos perdidos encontrava-se no Sítio Astral referente à vossa Terra, o Brasil. Assim foi decidido que este seria o local de maior necessidade de limpeza e purificação Astral, e resgate as Almas "encarnadas"que se encontravam abandonadas por conta dos preconceitos da época.
Apesar de o Plano Astral estar muito denso, as necessidades dos homens da Terra tornaram-se prioridade, pois a desencarnação dos desconsolados e sofredores poderia gerar mais densidade em uma Esfera descontrolada, cheia de Espíritos desorientados.
Por isso havia a necessidade da introdução de uma nova religião que abrigasse os que limitavam o desenvolvimento de suas Almas as regras sociais do próprio homem. E esta seria a Umbanda: A religião dos necessitados independente da condição social ou racial!
Reconhecendo a necessidade deste Projeto Espiritual e ciente da minha missão, busquei o ensinamento dentro da cultura de vosso País, e em Espírito estagiei entre os indígenas buscando inteirar-me a cerca dos costumes, da linguagem e dos benefícios de uma medicina até então desconhecida para mim.
Com a permissão do Pai Maior os grupos de organização (conhecidas falanges) começaram a ser formados. A cada desencarnação de um Espírito " negro ou índio" (os mais descriminados na época) havia uma reintegração dos mesmos dentro desta nova religião no Plano Astral, que após uma instrução Espiritual individualizada, permitia-os trabalhar em benefício dos irmãos condenados que ainda viviam na Terra, e dos que humildemente reconheciam sua sabedoria e vinham em busca de orientação e socorro.
Tudo isso dentro da nossa supervisão, minha, de Gabriel e de outros Espíritos que colaboraram para a fundação desta nova religião
A finalidade maior desta religião era poder integrar encarnados e desencarnados no caminho da evolução e da consciência Espiritual.
Para alcançar os objetivos deste trabalhos Espiritual, dentro desta roupagem à que muito contente me submeti ( como Caboclo), e dentro da responsabilidade de uma enorme falange, desenvolvi um trabalho de conscientização entre os que buscaram a minha ajuda.
Assim, dentro da permissão Maior, realizo meus trabalhos visando as necessidades dos "dois lados", de dia ou de noite, de noite ou de dia, não importa, onde houver proteção haverá realização.
Tudo se cumprirá com a permissão do nosso Senhor independente da Luz ou da sombra...E eu cá estarei sempre, liderando ambos os lados.
Depois de uma pequena pausa, levando o charuto até a boca e estalando fortemente os dedos da mão, ele continuou:
-Sabe moça, o início desta religião foi muito confuso! O homem da terra no início desta religião deixou a coisa muito confusa. O homem da terra não entendia como as coisas aconteciam, então o próprio homem acabou misturando esta religião com a cultura de outros Países que também ensinavam a Espiritualidade, onde grande parte do povo de longe se encontrava presente em vossa Terra.
Só agora, depois de muito tempo é que algumas coisas começaram a serem mudadas e esclarecidas. Isso porque aparelhos como "este" e como muitos outros que se encontram espalhados por este País a fora, buscam erguer um propósito de final!
Dentro da seriedade e da verdade, firmarão cada vez mais a posição dessa religião em vosso País.
Muitos que caminham dentro desta religião não entendem exatamente como as coisas acontecem.
É preciso compreender que não existem regras específicas para o Mundo Espiritual, porque para este mundo sem fronteiras absolutamente tudo é possível !
Alguns lugares trabalham dentro de uma organização hierárquica sem misturas, outros como " Caboclo Roxo", realizam trabalhos fundamentados no amor e na realização independente das falanges que são utilizadas.
Por este motivo é preciso que principalmente os filhos da minha casa entendam que independente da ordem hierárquica, o resultado será atingido.
A organização dos homens jamais compreenderá a organização dos Espíritos.
Eu sei que muitos filhos que cá trabalham sentem-se confusos porque trabalham de um lado sentindo a presença do outro, mais este é o método de trabalho usado na minha casa sob a supervisão Maior, e sobre a responsabilidade da missão a que me foi designada.


Pontos cantados de Caboclo Roxo:

1.     QUE BOMBARDEIO FOI AQUELE LA NA ALDEIA,
SUA PALHOÇA ELE QUIS ABANDONAR,(2X),
ELE É CABOCLO DA TRIBO DA JUREMA PAI NAGÔ,
BAIXOU NA GUNA PRA SEUS FILHOS SARAVÁ,(2X).

2.     ELE VAI CHAMAR PAPAI, MAMÃE, PARA TE AJUDAR,
ELE VAI CHAMAR PAPAI, MAMÃE, PARA TE AJUDAR,
NA LUA NASCEU CABOCLO ROXO, ELE VEIO PRA TRABALÇHAR,(2x).

3.     ELE EMBARCOU NA SUA CANOA, FEITA DE PATCHULI,
PRA SOLTAR NA AREIA BRANCA E TOCAR SEU BANDOLIN,(2X),
A SEU ROXO, ELE NÃO PODE MAI, A SEU ROXO ELE NÃO PODE MAIS…

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